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Quase uma centena de soldados mortos em combate na Líbia

Cerca de uma centena de soldados de fações rivais na Líbia morreram na sexta-feira, no combate mais sangrento do ano, ocorrido numa autoestrada costeira e estratégica no centro do país, noticiou a agência EFE.

Quase uma centena de soldados mortos em combate na Líbia
Notícias ao Minuto

06:44 - 28/03/20 por Lusa

Mundo Líbia

Os combates ocorreram em plena "trégua humanitária", acordada no passado domingo pelas forças beligerantes após mediação das Nações Unidas, tendo em vista a luta contra a pandemia do novo coronavírus.

Os confrontos tiveram início pouco depois do amanhecer quando aviões de combate sob o comando do marechal Jalifa Hafter, líder do governo não reconhecido da zona este da Líbia, atacou uma coluna militar das forças fiéis ao governo apoiado pela ONU em Tripoli (GNA).

Militares do chamado Exército Nacional Líbio, afetas a Hafter, explicaram que a força aérea lançou três ataques "coordenados e precisos" contra a coluna bélica porque considerava que esta se dirigia para Al Heisha e para o vale de Zamzam para os atacar.

O bombardeamento verificou-se nas imediações de Abu Qurayn, uma aldeia abandonada estratégicamente situada na autoestrada que percorre a costa líbia e que está a meio caminho entre as cidades de Sirte e Misrata, principal e quase único aliado local do GNA, afirmou.

Fontes militares ligados ao governo de Tripoli disseram à EFE que o bombardeamento causou 31 mortos entre os seus soldados, tendo outros 70 sofrido ferimentos de diversa gravidade.

As mesmas fontes acusaram as tropas de Hafter de não respeitarem os acordos internacionais e revelaram que as suas forças responderam e destruíram dois blindados, cinco veículos militares e um depósito de munições das forças inimigas, que se retiraram.

"Temos informações de que houve um total de 60 soldados mortos nas forças de Hafter, cujos corpos foram transferidos para o hospital de Ibn Sina, na região de Sirte", acrescentou a fonte.

A guerra civil sangrenta que grassa na Líbia desde o falhado processo de paz imposto pela ONU em 2015, intensificou-se no passado dia 04, quando Hafter ordenou um cerco à capital numa altura em que o secretário-geral da ONU, António Guterres, estava de visita à cidade, com uma mensagem da comunidade internacional.

Desde então, o conflito na Líbia transformou-se, entretanto, numa guerra de mercenários, recrutados em vários países, tendo causado já 1.700 mortos, dos quais 300 civis. Provocou ainda 15 mil feridos e deixou desalojadas mais de 130 mil pessoas.

O marechal Hafter, que controla a maior parte das reservas de petróleo da Líbia e quase todo o território nacional, conta com o apoio económico e militar da Rússia, Arábia Saudita, Egito e Emirados Árabes Unidos - países que lhes fornecem mercenários, armas e superioridade aérea. Goza ainda do apoio político da França e Estados Unidos.

O GNA recebe ajuda económica e militar do Qatar, Turquia e Itália, controlando a poderosa cidade-estado de Misrata.

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