Numa decisão paralela, a instância reduziu as penas dirigidas a antigos ministros e empresários argelinos, envolvidos num escândalo da indústria automóvel e acusados de financiamento ilegal da última campanha eleitoral do ex-Presidente Abdelaziz Bouteflika, forçado a demitir-se em abril de 2019, disseram os advogados de defesa citados pela agência noticiosa AFP.
O tribunal de apelo confirmou as sentenças pronunciadas em 10 de dezembro contra Ahmed Ouyahia e Abdelmalek Sellal, que integravam o círculo de Bouteflika.
"Esta sentença em apelo permanece uma decisão política", declarou à AFP Mourad Khader, advogada de Sellal.
Os dois condenados têm oito dias para recorrer da decisão.
Dois antigos ministros da Indústria, Mahdjoub Bedda e Youcef Yousfi, condenados em primeira instância a dez anos de prisão, viram as suas penas reduzidas para metade.
Um outro influente acusado, Ali Haddad, ex-presidente da FCE, a principal organização patronal argelina, empresário e considerado um dos principais financiadores das últimas campanhas eleitorais de Bouteflika, viu a pena de prisão reduzida de sete para quatro anos.
Abdelaziz Bouteflika demitiu-se em 02 de abril de 2019 sob pressão do 'Hirak', o amplo movimento de contestação antirregime e após anunciar a intenção de se candidatar a um quinto mandato.
Dois outros ricos homens de negócios, Hassen Arbaoui e antigo vice-presidente da FCE Mohamed Bairi, ambos proprietários de fábricas de montagem de automóveis, foram condenados hoje a penas de quatro e três anos de prisão.
Desde 01 de março que cerca de 20 personalidades -- ex-responsáveis políticos, poderosos empresários e altos funcionários -- estavam a ser julgados em apelo.
Outros processos aguardam alguns dos acusados, citados em inquéritos relacionados com alegadas práticas de corrupção que foram desencadeados após o afastamento de Bouteflika e suspeitos de poderem beneficiar algumas das fações envolvidas na luta pelo poder na Argélia pós-Bouteflika.