EUA. Bloomberg gastou 500 milhões de euros da sua fortuna em campanha

O bilionário candidato do Partido Democrata Mike Bloomberg gastou mais de 500 milhões de euros em campanha, antes de hoje se retirar da corrida, após maus resultados eleitorais nas primárias.

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Lusa
04/03/2020 18:14 ‧ 04/03/2020 por Lusa

Mundo

Bloomberg

 

Bloomberg desistiu hoje da sua candidatura presidencial, endossando apoio ao ex-vice-Presidente Joe Biden e reconhecendo que a sua vitória nas primárias Democratas seria praticamente impossível, depois de na "super terça-feira", quando decorreram eleições em 14 Estados e um território, apenas ter conseguido chegar em primeiro lugar na Samoa Americana.

Ao longo dos 101 dias em que esteve em campanha, Bloomberg gastou mais de 500 milhões de dólares da sua fortuna pessoal, estimada em mais de 60 mil milhões de euros, prometendo continuar a gastar o seu dinheiro apoiando o candidato Democrata que enfrentar o Presidente Republicano Donald Trump, nas eleições de novembro próximo.

A fortuna aplicada em múltiplas ações de campanha e numa intensa torrente de anúncios publicitários nos 'media' não conseguiu ser suficiente para manter Bloomberg numa candidatura com viabilidade de vitória, apesar de as sondagens o apontarem como um forte nome no elenco Democrata.

Mas a "super terça-feira" revelou as fragilidades de várias candidaturas, nomeadamente as de Peter Buttigieg e Amy Klobuchar, que este fim de semana anunciaram as suas desistências bem como o seu apoio ao candidato moderado Joe Biden.

Também Michael Bloomberg se juntou à coligação que agora apoia o ex-vice-Presidente de Barack Obama e, hoje, o bilionário disse que conhece bem Joe Biden e que está sintonizado com ele em diversas matérias politicamente sensíveis na área da saúde, alterações climáticas e emprego.

"Tive a hipótese de trabalhar com Joe ao longo dos anos e ele lutou pelos trabalhadores, ao longo da sua vida", disse Bloomberg, para justificar o seu apoio.

A entrada tardia de Bloomberg nas primárias Democratas levou-o a saltar as três primeiras eleições (no Iowa, New Hampshire e Nevada), segurando-se nas boas sondagens a nível nacional, que o colocavam no topo das possibilidades de escolha para candidato rival de Trump.

Aos 78 anos, Bloomberg é um dos homens mais ricos do mundo, com uma fortuna superior a 60 mil milhões de euros e um prestígio associado ao grupo económico com o seu nome, com forte presença no setor financeiro e dos 'media'.

O gosto pela política levou-o a candidatar-se e a vencer as eleições autárquicas em Nova Iorque, onde foi 'mayor', pelo Partido Democrata, durante 12 anos.

Mas foi a sua política de segurança enquanto 'mayor' uma das suas debilidades na campanha presidencial, tendo sido acusado pelos adversários de ter usado estratégias discriminatórias contra as minorias afro-americana e muçulmana na sua política de defesa da cidade.

Outra das acusações políticas contra Bloomberg, que o prejudicaram na campanha, relacionaram-se com casos de assédio moral e sexual nas empresas que dirigiu, valendo-lhe fortes críticas nos debates televisivos, sobretudo da parte da senadora Elizabeth Warren.

Para a sua campanha, Bloomberg valeu-se da rede de contactos que foi construindo ao longo da sua carreira como filantropo, onde aderiu a causas progressistas associadas a alterações climáticas ou a contenção da violência armada.

Mas, nos debates televisivos e nas muitas entrevistas que deu ao longo dos 101 dias de campanha, Bloomberg parecia não conseguir tirar proveito dos méritos e deixou-se enredar na defesa das suas fragilidades.

Até o dinheiro de campanha serviu para o senador Bernie Sanders o acusar de estar a tentar "comprar a sua candidatura presidencial", para de seguida explicar que seria um erro o Partido Democrata tentar vencer um bilionário com outro bilionário.

Donald Trump preferiu usar a baixa estatura física de Bloomberg para criticar o candidato democrata, referindo-se a ele como "mini Mike" e desvalorizando o seu mérito político, dizendo que não acreditava que o ex-'mayor' chegasse ao fim da campanha.

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