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"Portugal é um país prioritário para Catalunha, como tem sido bom amigo"

O líder regional da Catalunha considerou hoje Portugal como um "país prioritário" e um "bom amigo" daquela região autónoma espanhola, afirmando que a reabertura da delegação catalã em Lisboa reitera um "firme compromisso" para o estreitamento de relações.

"Portugal é um país prioritário para Catalunha, como tem sido bom amigo"
Notícias ao Minuto

23:24 - 27/02/20 por Lusa

Mundo Catalunha

"Portugal é um país prioritário para a Catalunha, como tem sido um bom amigo", declarou o presidente da Generalitat, Quim Torra, durante a cerimónia de inauguração da nova sede da delegação do governo regional da Catalunha em Portugal, um dia depois de ter participado na primeira reunião da "mesa de diálogo" com o governo central espanhol sobre o futuro daquela região autónoma.

E prosseguiu: "Queremos continuar a consolidar essa relação, promovendo operações económicas e financeiras, estreitar as ligações e a presença de organizações e empresas catalãs em Portugal e reforçar os laços culturais e de cooperação entre os nossos governos e institutos".

Numa intervenção feita em catalão e em inglês, Quim Torra lembrou que a delegação catalã em Lisboa, que foi inicialmente aberta em 2015, foi fechada pelo Governo central espanhol em 2017, "como mais uma forma de castigar a Catalunha por ter organizado um referendo sobre a autodeterminação".

O encerramento foi decretado após o referendo realizado na Catalunha em outubro de 2017, contestado e considerado ilegal por Madrid.

Neste contexto, Quim Torra lembrou e agradeceu a tomada de posição do Parlamento português que aprovou, em março de 2018, uma resolução que apelava a Espanha para que fosse encontrada uma solução política para a Catalunha que respeitasse a vontade dos povos "consequentemente, da vontade do povo catalão, e da salvaguarda dos direitos sociais e outros direitos democráticos dos povos de Espanha".

Também presente em Lisboa, o conseller (ministro) da Ação Externa, Relações Institucionais e Transparência da Catalunha, Alfred Bosch, defendeu que a delegação em Lisboa "nunca deveria ter sido encerrada".

E frisou que a então tentativa do governo central espanhol de penalizar a ação externa da Catalunha "não prosperou".

"Pelo contrário, continuamos com a nossa ação no exterior, que é legal, que é legítima e que é necessária", afirmou Alfred Bosch.

Ainda sobre a relação com Portugal, o ministro catalão frisou que a Catalunha partilha com os portugueses "o espírito de revolução democrática" expresso nos valores do 25 de abril, saudando o manifesto assinado, no ano passado, por académicos, políticos e ativistas sobre o processo catalão, "a pedir o fim da repressão, uma solução democrática".

"Esta sintonia que temos com o povo português, com a sociedade portuguesa, com os valores democráticos portugueses foram expressos com esse manifesto", referiu ainda Alfred Bosch.

"Com esta reabertura queremos reiterar o nosso firme compromisso para estreitar as relações entre a Catalunha e Portugal. É um tempo de crescimento e de crescermos juntos", reforçou Quim Torra.

Rui Reis, responsável pela delegação catalã em Portugal, destacou, por sua vez, que a cerimónia de hoje restitui "a normalidade interrompida no outono de 2017".

"A Catalunha é um ator internacional fundamental para Portugal nas suas vertentes política, económica, social e cultural", referiu Rui Reis, enaltecendo "a vocação democrática e europeísta, aberta ao mundo e próxima dos cidadãos" da Catalunha e como essa se reflete na visão de uma Europa.

"A Catalunha e Portugal são atores fundamentais para a construção deste espaço de paz, estabilidade, segurança e prosperidade económica partilhada, que respeite plenamente os princípios democráticos, os direitos humanos e as liberdades fundamentais, promovendo ao mesmo tempo o entendimento entre as culturas e os povos", concluiu o delegado.

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