A digitalização visa "revolucionar o tratamento de expediente do setor florestal", facilitando o controlo das áreas, disse Xavier Sakambuera Sailors, citado hoje num comunicado da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), agência que apoia a iniciativa.
O projeto de digitalização da informação florestal está agora a ser testado nas províncias de Cabo Delgado (norte) e Zambézia (centro), esperando-se que até ao próximo ano se estenda por todo território moçambicano.
Para o representante da FAO em Moçambique, Hernani Coelho Da Silva, a adoção deste sistema vai garantir maior controlo das florestas no país, num momento em que a exploração de madeira é tida como um desafio mundial.
"Vivemos uma realidade, como em muitos outros países, em que a exploração, o uso, a produtividade e o comércio de madeira são problemáticos. Neste sentido, exige-se de todos uma abordagem integrada de gestão das florestas e uma visão holística sobre os seus múltiplos produtos e serviços ambientais", concluiu Hernani Coelho Da Silva, também citado no comunicado.
Vários relatórios nacionais e internacionais têm indicado que o país está a ser palco de crimes ambientais, principalmente o corte ilegal de árvores, alertando para as consequências dos altos níveis de desflorestação.
Em 2018, o Governo moçambicano emitiu novas regras para a exploração e exportação de madeira, como forma de travar o abate desenfreado de espécies nativas.
Dados oficiais indicam que Moçambique perde anualmente entre 140 e 187 milhões de euros devido ao contrabando de madeira.