Irão: Bloco conservador e ultraconservador consolida hoje domínio
O bloco conservador e ultraconservador do regime iraniano vai consolidar nas eleições legislativas de hoje o domínio que já têm no Majlis (parlamento).
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Mundo Eleições
Cerca de 57 milhões de eleitores estão inscritos para escolherem 290 deputados, cinco dos quais representam as minorias confessionais -- zoroastras (um), judeus (um), cristãos sírios e caldeus (um) e cristãos arménios (dois) -, de entre os mais de 7 mil candidatos que vão a votos.
Se o reforço da influência conservadora e ultraconservadora é um dado adquirido, após a desqualificação pelo Conselho Guardião de cerca de 7.200 candidatos, maioritariamente do campo reformista e moderado, o que ainda não se sabe das legislativas de hoje é qual será a taxa de participação.
Uma elevada abstenção, previsível segundo observadores, representa uma derrota para o bloco conservador e ultraconservador e, por essa razão, nos últimos dias multiplicaram-se os apelos à participação dos eleitores.
Numa declaração feita no passado dia 18, o Guia Supremo da Revolução Islâmica, 'ayatollah' Ali Khamenei, vincou a importância de se combater a abstenção, considerando que o escrutínio é uma questão de "orgulho nacional e honra", que reforça a unidade do país.
No dia seguinte foi a vez do secretário do Conselho Supremo de Segurança Nacional, Ali Shamkhani, dizer que num sistema democrático-religioso como é o Irão a "participação política é a única via de garantir um parlamento forte.
O Irão não será poderoso se não tiver um parlamento poderoso, vincou numa mensagem na rede social Twitter, sublinhando que todo o iraniano que pretende ter um país forte deverá ir votar.
No mesmo dia, o comandante do exército, major-general Abdul Rahim Mousavi enfatizou que o inimigo deseja semear a dúvida na nação iraniana, razão pela qual uma votação representativa frustrará aqueles intentos.
Os conservadores têm como principal figura Mohammad Baqer Qalibaf, antigo presidente da câmara de Teerão (2005-2017), ex-comandante da polícia (2000-2005), por três vezes candidato derrotado em eleições presidenciais e que se apresenta como "tecnocrata".
Um lugar como deputado, dado como adquirido, pode resultar na sua eleição para a presidência do Majlis, pois o atual detentor do cargo, Ali Larijani, não se recandidata ao parlamento.
Do lado dos ultraconservadores, a principal figura é Morteza Aghatehrani, que já foi eleito deputado em duas ocasiões.
Com a desqualificação de muitos nomes importantes do lado dos reformadores, Majid Ansari, próximo do antigo Presidente Mohammad Khatami, surge como a figura de proa do movimento para o escrutínio.
As assembleias de voto abrem às 8h00 locais (4h30 em Lisboa) e encerram 10 horas depois, mas a votação pode ser prolongada caso as autoridades considerem ser necessário.
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