Personagens e datas chave depois da Revolução Islâmica de 1979
Personagens e datas mais importantes do Irão, que realiza na sexta-feira eleições legislativas, depois da Revolução Islâmica de 11 de fevereiro de 1979, que derrubou a dinastia Pahlavi.
© Reuters
Mundo Irão
República islâmica
Em 11 de fevereiro de 1979, o ayatollah Ruhollah Khomeini regressa do exílio em Paris, duas semanas após a partida do Xá Mohammad Reza Pahlavi, que fugiu na sequência de meses de contestação popular contra o seu regime.
A República Islâmica é proclamada em 01 de abril de 1979.
Reféns norte-americanos
Em 4 de novembro de 1979, os estudantes islamitas invadem a embaixada dos Estados Unidos em Teerão e fazem reféns 52 diplomatas. Denunciam o acolhimento de Reza Pahlevi nos Estados Unidos e exigem o seu regresso ao Irão. O sequestro dos reféns dura 444 dias.
Em abril de 1980, Washington rompe as relações diplomáticas com Teerão e impõe um embargo comercial, 10 meses antes da libertação dos últimos reféns.
Guerra Irão-Iraque
A 22 setembro de 1980, o Iraque lança um ataque em território iraniano após denunciar os acordos de Argel de 1975, firmados para resolver uma disputa fronteiriça que tem como cenário o rio Chatt al-Arab, formado pela confluência dos rios Tigre e Eufrates.
Um cessar-fogo entra em vigor em agosto de 1988. A guerra provocou 680 mil mortos e desaparecidos (500 mil do lado iraniano e 180 mil do lado iraquiano), segundo estimativas históricas.
De Khamenei a Khatami
Após a morte em 3 de junho de 1989 de Khomeini, o ayatollah Ali Khamenei, Presidente desde 1981, é designado Guia Supremo.
Em julho, o conservador moderado Akbar Hachemi Rafsandjani é eleito Presidente, e é novamente reeleito em 1993. Leva a cabo a reconstrução do país após a guerra com o Iraque e lança as bases de uma política abertura ao Ocidente.
Em 23 de maio de 1997 o reformista Mohammad Khatami é eleito Presidente, mas tumultos e manifestações estudantis pontuam o seu mandato. Reeleito em 2001, Khatami passará um total de oito anos a tentar combater a obstrução dos conservadores.
O ultraconservador Ahmadinejad
No início de 2002, o então Presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, classifica o Irão como um país do "eixo do mal", juntamente com o Iraque e a Coreia do Norte, a quem acusa de exportarem o terrorismo e de terem armas de destruição em massa.
Em junho de 2005, Mahmoud Ahmadinejad vence as eleições presidenciais e o Irão retoma o seu programa de enriquecimento de urânio.
Ahmadinejad desdobra-se em declarações em que questiona o Holocausto e apela a que Israel seja "riscado do mapa".
A sua reeleição em junho de 2009 provoca um amplo movimento de contestação em vários pontos do país, sobretudo em Teerão, que é violentamente reprimido.
O religioso moderado Rohani
Em 15 de junho de 2013, Hassan Rohani é eleito Presidente.
Em setembro, o então Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e Hassan Rohani falam ao telefone, um contacto sem precedentes a este nível depois de 1979.
Em 14 de julho de 2015, um acordo sobre o nuclear entre o Irão e seis grandes potências - os cinco membros com assento permanente no Conselho de Segurança da ONU [Estados Unidos, Rússia, China, França e Reino Unido] e a Alemanha -, acaba com um contencioso que se prolongava há 12 anos.
O acordo garante o caráter civil do programa iraniano em troca do levantamento de sanções internacionais, que vigoravam há 10 anos.
Rutura com a Arábia Saudita
No início de 2016, Riade e os seus aliados rompem ou reduzem as relações diplomáticas com Teerão após uma crise desencadeada pela execução de um dignitário xiita no reino sunita da Arábia Saudita.
Os sauditas e os seus aliados acusam o Irão de ingerência dos assuntos internos dos países árabes e de alimentar os conflitos na Síria e no Iémen.
Escalada de tensão com Washington
Em 8 de maio de 2018, o Presidente norte-americano, Donald Trump, anuncia a retirada dos Estados Unidos do acordo sobre o nuclear e restabelece as sanções contra Teerão e as empresas com ligações com a República Islâmica.
A partir de maio de 2019, Teerão começa a afastar-se de alguns dos compromissos que assumiu no quadro do acordo de 2015, em represália às sanções norte-americanas que asfixiam a sua economia.
Em junho de 2019 um confronto militar entre os Estados Unidos e o Irão é evitado no último momento, com a anulação por Donald Trump de ataques que tinha ordenado, depois do Irão ter abatido um 'drone' [aparelho aéreo não tripulado] norte-americano na zona do Estreito de Ormuz.
Em 3 de janeiro de 2020, o poderoso general iraniano Qassem Soleimani, comandante de uma unidade de elite, é morto em consequência de um ataque norte-americano com 'drones' no aeroporto de Bagdad.
Cinco dias depois, o Irão ataca com dezenas de mísseis bases da coligação internacional que albergam militares norte-americanos no Iraque.
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