O juiz "decidiu adiar o exame sobre a petição (da justiça espanhola)" disse o advogado Simon Bekaert.
De acordo com a mesma fonte, o adiamento "é por tempo indeterminado", sendo que o juiz belga espera a decisão do Parlamento Europeu sobre o levantamento da imunidade aos dois políticos independentistas catalães procurados por Madrid.
A Procuradoria belga tinha pedido a suspensão das ordens de captura europeias, pedidas por Espanha, porque Carles Puigdemont e Comín têm imunidade parlamentar por terem sido eleitos nas últimas eleições europeias.
A Defesa do antigo presidente da Região Autónoma espanhola da Catalunha, Carles Puigdemont, chegou a pedir a anulação total do processo.
Os dois separatistas catalães fugidos à justiça espanhola ocupam desde meados de janeiro o seu lugar de deputados europeus para os quais foram eleitos em maio passado.
Carles Puigdemont e Toni Comín vivem na Bélgica desde 2017, quando fugiram de um mandado de captura das autoridades espanholas, que também os queria julgar pelo seu envolvimento na tentativa separatista.
O reconhecimento do ex-presidente da região espanhola da Catalunha e do seu ex-conselheiro da Saúde como deputados europeus foi aprovado depois de o Tribunal Europeu de Justiça ter decidido em dezembro que os dois gozavam de imunidade parlamentar desde o anúncio dos resultados das eleições.
O Tribunal Supremo espanhol pediu o levantamento da imunidade parlamentar alegando que os feitos de que são acusados pela Justiça espanhola são "muito anteriores à sua eleição [europeias] e não têm relação com a sua atividade" no Parlamento Europeu.
O Parlamento Europeu anunciou em meados de janeiro que iniciou o processo para examinar o levantamento de imunidade parlamentar de Carles Puigdemont e Toni Comín, conforme foi pedido pela Justiça espanhola.
Este tipo de procedimento, para o levantamento de imunidade parlamentar, pode levar semanas ou mesmo meses até estar concluído.