Turquia ameaça atacar jihadistas na Síria
A Turquia ameaçou hoje atacar os 'jihadistas' em Idlib se eles não respeitarem um cessar-fogo naquela província rebelde do noroeste da Síria, um dia depois de severas críticas de Moscovo a Ancara.
© Reuters
Mundo Síria
"A força será utilizada em Idlib contra aqueles que não respeitarem o cessar-fogo, incluindo os radicais", declarou o ministro da Defesa turco, Hulusi Akar, citado pela agência estatal Anadolu.
"Vamos enviar mais unidades para restabelecer o cessar-fogo e assegurarmo-nos que vai perdurar", adiantou Akar.
A Turquia e a Rússia, patrocinadores de um processo para acabar com os combates em Idlib, anunciaram por diversas vezes a aplicação de um cessar-fogo na província, mas nenhum deles se manteve.
Apesar do acordo de redução das hostilidades entre Ancara e Moscovo, o regime sírio conduz há vários meses uma ofensiva, com apoio da aviação russa, na província de Idlib, controlada por 'jihadistas', nomeadamente do ex-ramo da Al-Qaida na Síria, e grupos rebeldes, alguns dos quais apoiados pelos turcos.
O regime sírio tem conseguido progredir nas últimas semanas em Idlib e a intensificação dos bombardeamentos já provocou combates entre as forças turcas e sírias, que provocaram a morte de 14 soldados turcos. Ancara também tem reforçado a sua presença militar na região.
Dirigindo uma rara crítica à Rússia, o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, acusou na quarta-feira Moscovo de "massacres" e denunciou num discurso "as promessas que não são respeitadas", repetindo que Ancara atacará o regime sírio "em toda a parte" em caso de novo ataque contra as suas forças.
O Kremlin respondeu no mesmo dia acusando Ancara de não respeitar os acordos russo-turcos para um cessar-fogo na Síria e nada fazer para "neutralizar os terroristas" em Idlib.
O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, indicou que, segundo aqueles acordos, a Turquia tinha "a obrigação de neutralizar os grupos terroristas", mas que "todos estes grupos bombardeiam as tropas sírias e realizam ações agressivas contra instalações militares russas".
"Isto é inaceitável e contrário aos acordos de Sochi", adiantou o porta-voz de Vladimir Putin, desresponsabilizando ao mesmo tempo as forças sírias, que, segundo ele, atacam "os terroristas e não os civis".
O Ministério da Defesa russo atribuiu à Turquia a responsabilidade da "crise em Idlib", acusando Ancara de "não cumprir as suas obrigações de separar os combatentes da oposição (síria) moderada" dos grupos jihadistas.
Ancara está preocupada com a situação na província rebelde devido à proximidade com a fronteira turca e à possibilidade de um novo afluxo de refugiados ao país, que já acolhe 3,7 milhões de sírios.
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