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Estudo alerta que aumento da terra agrícola leva a riscos ambientais

As alterações climáticas vão permitir a agricultura em regiões antes impróprias, aumentando em 30% a terra arável, mas há riscos para a biodiversidade, recursos hídricos e aumento de emissões de gases com efeito de estufa.

Estudo alerta que aumento da terra agrícola leva a riscos ambientais
Notícias ao Minuto

19:00 - 12/02/20 por Lusa

Mundo Efeito de estufa

O alerta faz parte de uma análise feita por especialistas do Centro de Ciência Betty e Gordon Moore, em Arligton, nos Estados Unidos, e da Universidade de Guelph, em Ontário, Canadá, divulgado na revista científica PLOS ONE.

Os especialistas explicam que, à medida que a Terra aquece, algumas regiões em altitudes e latitudes mais altas podem tornar-se mais adequadas para a agricultura, o que potencialmente ajuda a alimentar uma população global em crescimento.

Num mundo em aquecimento, o norte do Canadá pode tornar-se o celeiro do futuro, dentro de meio século, segundo Krishna Bahadur, da Universidade. A Rússia é outro dos países com muitas novas terras para agricultura.

Mas a mudança também acarreta ameaças para a vida selvagem, para os recursos hídricos e para outros fatores ambientais.

Na análise, que incorporou previsões de 17 modelos climáticos globais, fez-se uma avaliação para diferentes regiões para 12 culturas principais, entre as quais o milho, o açúcar e o algodão.

A conclusão é que aumenta a quantidade de terra adequada para as principais culturas em mais de 30%, principalmente nas latitudes mais altas do hemisfério norte e nas montanhas. Mas, conclui-se também, o cultivo dessas regiões pode poluir os recursos hídricos a jusante, que abastecem 1,8 mil milhões de pessoas, diminuir a biodiversidade nas montanhas tropicais e afetar quase duas dezenas de lugares por excelência de diversidade global e habitats críticos de aves.

Os responsáveis do estudo acrescentam que o cultivo dessas regiões tem o potencial de libertar até 177 gigatoneladas de carbono armazenadas naturalmente em solos. É o equivalente a mais de 100 anos de emissões ao nível atual de dióxido de carbono dos Estados Unidos.

"Num mundo em aquecimento, haverá novas oportunidades e desafios a norte. Este trabalho destaca como devemos abordar a ideia de desenvolver novas terras agrícolas com muito cuidado, e estar muito atentos aos possíveis impactos ambientais negativos", destacam os autores.

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