Netanyahu está em Washington, desde segunda-feira, onde se encontrou com o Presidente Donald Trump, que hoje apresentará o seu plano de paz para o Médio Oriente, apoiado por Israel, mas fortemente contestado pelos dirigentes palestinianos.
Na quarta-feira, o primeiro-ministro israelita viajará de Washington para Moscovo, para apresentar a Putin o plano de paz cuja configuração e planeamento Trump confiou ao seu genro e assessor Jared Kushner.
O plano já teve a reprovação do primeiro-ministro palestiniano, Mohamed Shtayeh, que o considera votado ao fracasso e destinado apenas a desviar as atenções políticas em Washington, no momento em que Donald Trump enfrenta um julgamento político no Senado, acusado de abuso de poder e obstrução ao Congresso.
Também o Presidente da Palestina, Mohamoud Abbas, já disse que o plano norte-americano é demasiado favorável para Israel e anunciou que impede o regresso à mesa de negociações, a menos que seja retirado e que os EUA reconheçam a solução de dois estados.
Saeb Erekat, secretário-geral da Organização para a Libertação da Palestina, disse domingo que se reserva o direito de se retirar dos acordos de Oslo, que enquadram as relações com Israel, se Trump insistir no plano que hoje irá apresentar.
Mas Benjamin Netanyahu elogiou o esforço de solução desenvolvido pelos Estados Unidos e mostrou-se disponível para o defender junto da comunidade internacional, o que fará, num primeiro momento, em Moscovo, junto de Putin.
A oposição declarada dos palestinianos pode tornar o plano inaplicável, mas politicamente útil para o Governo israelita, que o considera vantajoso para as suas aspirações, depois de Netanyahu ter pedido a anexação de colonatos israelitas na Cisjordânia, que fora capturada em 1967 e foco de conflito no Médio Oriente desde então.
Para assegurar maior estabilidade ao programa, Trump reúne também hoje com o líder da oposição israelita, Benny Gantz.
Enquanto isso, o ministro do Interior de Israel, Arié Dery, disse que está já a preparar a anexação dos colonatos na Cisjordânia, depositando confiança no plano de Paz de Trump para estabilizar a situação naqueles territórios.