Presidente do México diz que direitos dos migrantes são "respeitados"
O Presidente do México garantiu hoje que os direitos humanos das centenas de migrantes centro-americanos detidos nos últimos dias pelas forças mexicanas após terem passado ilegalmente a fronteira daquele país estão a ser "respeitados".
© Reuters
Mundo México
Várias centenas de migrantes oriundos de países da América Central cruzaram na quinta-feira, sem autorização, a fronteira entre a Guatemala e o México, com a intenção de atravessar o território mexicano e alcançar a fronteira dos Estados Unidos, onde pretendem solicitar o estatuto de refugiado.
Um grande número de migrantes seria posteriormente detido pelas forças de segurança mexicanas, à semelhança do que já tinha acontecido na segunda-feira.
"Receberam abrigo, trabalho, tudo (...). Felizmente, os direitos humanos foram respeitados", declarou hoje o chefe de Estado mexicano, Andrés Manuel Lopez Obrador, numa conferência de imprensa.
Na quinta-feira, a Guarda Nacional mexicana travou, com recurso a bastões e a gás lacrimogéneo, cerca de 800 migrantes que integram uma caravana migratória que saiu das Honduras em 14 de janeiro.
Muitos migrantes entraram em pânico perante a presença das forças de segurança mexicanas, nomeadamente mulheres e crianças, testemunhou no local a agência France-Presse (AFP).
Na passada segunda-feira, um número bastante expressivo de migrantes centro-americanos -- algumas fontes falaram em cerca de 500 pessoas enquanto outras indicaram cerca de mil -- tentou igualmente forçar a entrada no território mexicano através do rio Suchiate, localizado entre a Guatemala e o México.
Na altura, os migrantes foram também travados pelas forças de segurança mexicanas que estavam destacadas na zona com um grande dispositivo, que acabaram por deter 402 pessoas.
A ONU pediu hoje ao México que evite o uso da força para travar as caravanas de migrantes, após o registo destes episódios de violência e tensão na fronteira sul daquele país.
"Todos os dias, recomendamos (...) que os direitos humanos sejam respeitados, que sejam tomados cuidados de forma a garantir que ninguém fique ferido", prosseguiu o chefe de Estado mexicano.
Lopez Obrador referiu ainda que os migrantes, oriundos principalmente das Honduras mas também de El Salvador, Guatemala ou Nicarágua, têm recebido assistência médica, comida e abrigo.
Estes migrantes integram a que foi identificada como a primeira caravana migratória de 2020, que soma mais de 3,5 mil pessoas, segundo as estimativas das autoridades de imigração da América Central.
A organização Human Rights Watch (HRW) acusou o México, no seu relatório anual divulgado este mês, de violar os direitos humanos dos migrantes que atravessam o seu território para tentar alcançar os Estados Unidos.
Fugir da miséria, da violência de grupos criminosos organizados e alcançar o 'sonho americano' são as principais motivações destas pessoas.
Face à multiplicação de caravanas de migrantes centro-americanos no final de 2018 e nos primeiros meses de 2019, o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçou o México com a imposição de taxas aduaneiras caso o país não conseguisse travar a vaga migratória em direção à fronteira norte-americana.
Em reação à pressão de Washington, o chefe de Estado mexicano ordenou o destacamento de cerca de 26 mil militares para as fronteiras sul e norte do país.
Em setembro de 2019, o México divulgou que, desde maio desse ano, tinha reduzido em mais de metade (56%) o fluxo de migrantes indocumentados em direção à fronteira dos Estados Unidos.
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