Milhares saíram às ruas no Maláui em protesto contra alegada corrupção
Dezenas de milhares de pessoas marcharam hoje nas três maiores cidades do Maláui em protesto contra a tentativa de suborno dos juízes do Tribunal Constitucional, que deverá emitir uma decisão sobre as eleições de 2019.
© Reuters
Mundo Maláui
Os protestos, que decorreram na capital malauiana, Lilongwe, e nas cidades de Blantyre e Mzuzu, foram acompanhados pela polícia, que não registou nenhum incidente.
As manifestações tiveram lugar após o anúncio, na semana passada, do presidente do Tribunal Constitucional do país, Andrew Nyirenda, que denunciou uma tentativa de suborno aos seus juízes.
O chefe do Gabinete Independente Anticorrupção, Reyneck Matemba, afirmou à agência France-Presse que tinha recebido uma queixa de Andrew Nyirenda.
Numa conferência de imprensa no dia seguinte, o responsável judicial rejeitou indicar publicamente os suspeitos ou a sua possível filiação política.
As alegações de Nyirenda reacenderam as tensões no país, onde o tribunal em causa deverá decidir, até ao fim deste mês, sobre a imparcialidade das eleições presidenciais de maio do ano passado.
No poder desde 2014, Peter Mutharika foi reeleito em maio, com 38,57% dos votos, segundo a Comissão Eleitoral, obtendo o principal opositor, Saulos Chilima, 35,41% dos votos.
Os resultados foram denunciados por Chilima e por outro candidato, tendo estes então alegado fraudes, em particular quanto a boletins de voto em branco.
As alegações foram negadas recorrentemente pelo lado vencedor.
Ainda assim, a oposição tem mantido a pressão, organizando e conduzindo manifestações de protesto pelo país, sendo estas regularmente marcadas por incidentes violentos com a polícia.
Só na cidade de Lilongwe, 50 mil pessoas saíram hoje às ruas para exigir que a polícia "nomeie e detenha" os autores das tentativas de corrupção, segundo a AFP.
Esta é a primeira vez que os resultados de eleições presidenciais são contestados em tribunal no Maláui, desde que o país obteve a sua independência do Reino Unido, em 1964.
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