Exército da Líbia pediu 48 horas para avaliar cessar-fogo permanente
O chefe do Exército Nacional da Líbia (LNA), Khalifa Haftar, avaliou positivamente a proposta de cessar-fogo permanente, mas pediu dois dias para a discutir com os seus aliados, segundo o Governo russo.
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Mundo Líbia
O acordo de cessar-fogo, mediado pela Rússia e pela Turquia, já foi assinado por Fayez al-Sarraj, líder do Governo reconhecido internacionalmente e que controla Tripoli, capital que há nove meses o general Khalifa Haftar tenta, sem sucesso, tomar pelas armas.
"A principal conclusão da reunião foi a conclusão de um acordo de princípio entre os beligerantes, para manter e estender indefinidamente o fim das hostilidades", afirmou hoje o Ministério da Defesa russo, após várias horas de negociações em Moscovo.
O chefe da diplomacia russo, Sergei Lavrov, garantiu a continuidade dos esforços de Moscovo para conseguir um acordo formal e permanente, mas Hafter abandonou a capital russa sem um compromisso definitivo e apenas com a promessa de discutir a questão com os aliados na Líbia.
Para o Governo russo, o desfecho do encontro "cria um ambiente mais favorável" para um acordo que termine o conflito na Líbia, realçando que durante as negociações ambos os lados mostraram abertura para um desfecho que preserve os valores da soberania e da independência do país africano.
De acordo com o documento assinado já por Al-Sarraj, ambas as partes se comprometem a garantir o "respeito incondicional" pelo cessar-fogo que entrou em vigor em 12 de janeiro e a concordar com a "normalização da vida quotidiana em Tripoli e noutras cidades", bem como a garantia de acesso de ajuda humanitária.
Recep Tayyip Erdogan, Presidente da Turquia, ameaçou mesmo "infligir uma lição" ao general Haftar, se ele retomasse o combate contra o Governo de Tripoli e prometeu todos os esforços para garantir a permanência do cessar-fogo na Líbia.
O Governo turco tem estado ao lado do Governo de Al-Sarraj, enquanto o Governo russo, apesar de o negar, tem estado a apoiar o general Hafter com armas dinheiro e mercenários.
Contudo, os dois governos procuram agora uma solução para o conflito e reuniram esforços para assegurar o fim das hostilidades, sob a égide da ONU, tendo acordado uma cimeira em Berlim, no próximo domingo, para a assinatura de um acordo de paz.
Lavrov repetiu hoje que a comunidade internacional "encoraja as partes na Líbia a chegarem a um acordo em vez de tentarem resolver as questões por intermédio das armas", referindo-se a declarações de responsáveis da União Europeia que afirmaram nos últimos meses temer que aquele país se torne uma "segunda Síria", apoiando as intenções de mediação por parte de Moscovo e de Ancara neste conflito.
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