"Nas interações entre figuras masculinas e femininas, as crianças têm a tendência para associar o indivíduo que domina ao masculino", disse à agência France Presse um dos co-autores do estudo, Jean-Baptiste Van Der Henst, do Instituto de Ciências Cognitivas Marc Jeannerod.
Às crianças foi mostrada uma folha em que estão desenhadas duas crianças, sem género especificado, em que uma está em posição de submissão e outra de domínio, e "a partir dos quatro anos, uma grande maioria das crianças considera que a personagem dominante é um rapaz", independentemente de morarem em França, no Líbano ou na Noruega.
"Ficámos espantados com a falta de diferenças, particularmente entre o Líbano e a Noruega", afirmou, referindo que o país europeu é geralmente considerado como mais igualitário.
Em outra experiência, foi perguntado às crianças com qual das duas figuras desenhadas mais se identificavam.
Os rapazes identificavam-se maioritariamente com a figura dominante, mas as raparigas, como se imaginavam a enfrentar um rapaz, identificaram-se tanto com uma como com outra.
"Temos, a nível global, uma tendência para associar masculinidade e poder mas com variações no género dos participantes em certas experiências", referiu Van Der Henst.
Uma das explicações possíveis é a postura usada no desenho das figuras para transmitir poder: "talvez essa forma de poder um pouco agressivo, coercivo, seja à partida associada a algo masculino", sugeriu.