De acordo com as mesmas pesquisas, citadas pela agência espanhola Efe, Milanovic terá ficado em primeiro lugar na primeira volta, realizada hoje, com 29,58% dos votos, à frente da atual chefe de Estado, que obteve 26,38% dos votos.
Sem maioria absoluta, os dois vão disputar a segunda volta dentro de duas semanas.
Em terceiro lugar, com 24,1%, terá ficado Miroslav Skoro, independente apoiado pela direita ultranacionalista.
Os analistas eleitorais alertam que a contagem oficial poderá ser ligeiramente alterada e que as sondagens não incluem os votos a partir do estrangeiro, que representam 4% do censo eleitoral e que costuma beneficiar os candidatos conservadores.
Cerca de 3,8 milhões de croatas foram chamados hoje a eleger o Presidente do país para os próximos cinco anos, num total de onze candidatos.
A confirmar-se o duelo entre Grabar-Kitarovic e Milanovic, os analistas preveem que a atual Presidente, a primeira mulher no cargo, saia vencedora, beneficiando dos eleitores de Skoro.
Durante a campanha, a Presidente competiu com Skoro pelo eleitorado de direita, desvalorizando criminosos de guerra e adotando um discurso muito duro contra a minoria sérvia.
Milanovic manteve um discurso mais conciliador, apelando para uma Croácia tolerante, sem ódio nem corrupção.
A comissão eleitoral começará a publicar os resultados parciais a partir das 20:00 de hoje, mas dados mais definitivos só deverão ser conhecidos a partir das 22:00 (menos uma hora em Lisboa).
A Croácia assumirá a 1 de janeiro, pela primeira vez, a presidência rotativa da União Europeia, bloco a que aderiu em julho de 2013.
Um mandato que se prevê, no mínimo, intenso e desafiador, uma vez que será marcado pela oficialização da saída do Reino Unido (Brexit), agendada atualmente para 31 de janeiro de 2020, pelo arranque das negociações pós-Brexit e pela vontade dos países dos Balcãs Ocidentais em aderirem também ao bloco comunitário.
Entre as metas europeias da Croácia está a entrada no espaço europeu de livre circulação (Espaço Schengen), que já recebeu luz verde da Comissão Europeia em outubro passado, e a adesão à moeda única (euro).
Por todas estas razões, e apesar da função presidencial ser sobretudo protocolar, manter a Presidência é algo tido como muito importante para o executivo liderado pelos conservadores da União Democrática Croata (HDZ, partido de centro-direita que domina a vida política croata desde a independência do país em 1991).