Se há 15 anos o problema era o desemprego de cinco milhões de pessoas, atualmente a Alemanha não tem força de trabalho qualificada suficiente, não apenas no campo académico, mas também nas profissões "práticas", salientou a chanceler num vídeo hoje divulgado.
"Existem muitos trabalhadores manuais e empresas que procuram desesperadamente mão-de-obra qualificada", acrescentou Merkel, avisando ainda que, se a Alemanha não se esforçar nesse sentido, "as empresas vão ter de emigrar".
"E isso é algo que naturalmente não queremos", vincou.
Segundo a chanceler alemã, a estratégia do Governo é principalmente a de esgotar o potencial doméstico, fomentando o acesso a uma adequada formação profissional.
O estudo de medidas para melhorar as condições de trabalho para somar trabalhadores aos 2,5 milhões de cidadãos da União Europeia já empregados na Alemanha "não é suficiente", segundo a chanceler, razão pela qual na segunda-feira parte do gabinete reúne-se em Berlim com agentes sociais para discutir a Lei sobre Imigração de Trabalho Qualificado, acordada como parte do contrato de coligação entre conservadores e social-democratas.
De acordo com um rascunho ao qual a imprensa alemã teve acesso, entre as medidas planeadas estão acelerar o processamento de vistos de trabalho de estrangeiros, uma ofensiva de recrutamento por empresas alemãs e subsidiar cursos de alemão para que os profissionais possam se qualificar em seus países de origem.
O governo espera que a nova lei entre em vigor no primeiro dia de março de 2020.