Pelo menos oito pessoas morreram num ataque a um autocarro no Quénia
Pelo menos oito pessoas morreram hoje na sequência de um ataque a um autocarro, alegadamente levado a cabo por membros do grupo jihadista somali Al Shabab, no condado de Wajir (nordeste do Quénia), informou a polícia.
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Mundo Quénia
"Sim, posso confirmar que o ataque ocorreu e que perdemos oito vidas, inocentes quenianos", disse o comissário de polícia do noroeste do Quénia, Mohamed Birik, em declarações ao jornal The Star.
Os atacantes fizeram parar o autocarro, que circulava entre as cidades de Kutulo e Wargadud, ordenaram aos passageiros que saíssem do veículo e separaram-nos entre locais e não locais, para acabar com a vida destes últimos.
Depois de executarem as pessoas, os agressores ordenaram aos restantes passageiros que regressassem ao autocarro e que continuassem a viagem para o seu destino, a cidade de Mandera, na fronteira com a Somália.
"É lamentável que a Al Shabab tenha aperfeiçoado a arte de matar almas inocentes. É diabólico e triste esta sede de sangue de quenianos inocentes", disse Birik.
"Como Governo, nunca cederemos. Vamos buscá-los e tirá-los de seus esconderijos", acrescentou o comissário.
Agentes de polícia, liderados por forças especiais, foram destacados para o terreno e estão a levar a cabo ações de vigilância terrestre e aérea e ao mesmo tempo a perseguirem os atacantes, que fugiram para a vizinha Somália.
O governador de Wajir, Mohamed Abdi, condenou o ataque e pediu ao governo central mais medidas de segurança.
"Quero apelar ao nosso aparelho de segurança para que seja sempre proativo e para que esteja alerta. Não podemos perder vidas hoje" às mãos de terroristas, comentou Abdi.
A emboscada dos 'jihadistas' ocorreu depois de dois alegados terroristas terem sido mortos e cinco pessoas, incluindo dois polícias, terem sido feridas, em 30 de outubro no ataque do Al Shabab a uma esquadra de polícia em Wajir.
O pior ataque do grupo terrorista a um autocarro no Quénia ocorreu em 22 de novembro de 2014, quando executou 28 dos 60 passageiros, depois de os ter identificado como não muçulmanos.
O condado de Wajir faz fronteira com a Somália, onde o Al Shabab, um grupo que aderiu à Al Qaida em 2012, controla parte do território, no centro e no sul, e aspira a estabelecer um Estado islâmico (ultraconservador) wahhabi nesse país.
Desde outubro de 2011, quando o governo queniano enviou o exército para a Somália em resposta a uma onda de raptos, alegadamente perpetrados pelo Al Shabab no seu território, os radicais islâmicos levaram a cabo numerosos ataques no Quénia.
Esta organização terrorista reivindicou a responsabilidade pelo ataque a um complexo hoteleiro de Nairobi, em 15 de janeiro, que resultou em 21 mortes.
O ataque mais grave do Al Shabab em solo queniano ocorreu em abril de 2015, quando 148 pessoas foram mortas no ataque a um comando terrorista, na Universidade de Garissa (norte).
A Somália vive em estado de conflito e caos desde 1991, quando o ditador Mohamed Siad Barré foi derrubado, deixando o país sem um governo eficaz e nas mãos de milícias e senhores da guerra islâmicos.
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