Pompeo antecipa visita a Lisboa para encontrar-se com... Netanyahu
O secretário de Estado dos Estados Unidos antecipou uma visita a Lisboa, inicialmente prevista para sexta-feira, onde chega hoje para ter um encontro com o primeiro-ministro de Israel e manter contactos com o Governo português, segundo o Departamento de Estado.
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Mundo Diplomacia
A alteração do calendário da deslocação de Mike Pompeo à capital portuguesa foi confirmada pelo Departamento de Estado norte-americano na sua página oficial Internet.
Após marcar presença na cimeira de líderes de dois dias da NATO, que termina hoje em Londres, o chefe da diplomacia norte-americana "irá viajar para Lisboa, Portugal, de 4 [hoje] a 5 [quinta-feira] de dezembro, onde irá encontrar-se com o primeiro-ministro português, António Costa, e com o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva", refere a informação disponibilizada pelo Departamento de Estado.
"Os líderes irão reafirmar a sólida relação Estados Unidos (EUA)-Portugal e irão discutir a cooperação norte-americana e portuguesa numa ampla variedade de interesses", indica a mesma fonte.
Estes encontros com o primeiro-ministro português, António Costa, e com o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, deverão acontecer na quinta-feira.
O Departamento de Estado confirma também que antes, Mike Pompeo irá encontrar-se em Lisboa com o primeiro-ministro de Israel em funções, Benjamin Netanyahu. O encontro do chefe da diplomacia norte-americana com Benjamin Netanyahu está previsto para esta noite.
Após a passagem por Portugal, o chefe da diplomacia norte-americana segue, ainda na quinta-feira, para Marrocos. Inicialmente, a diplomacia norte-americana tinha anunciado, a 27 de novembro, que Mike Pompeo estaria em Lisboa na sexta-feira (dia 6 de dezembro), após passagem pelo Reino Unido e por Marrocos.
Irão e apoio dos EUA a Israel estarão em foco de encontro
O Irão e o apoio dos Estados Unidos a Israel são o foco do encontro em Lisboa entre o primeiro-ministro israelita e o secretário de Estado norte-americano, disse hoje Benjamin Netanyahu ao partir de Telavive para Portugal.
"No domingo falei com o presidente (norte-americano Donald) Trump. A conversa centrou-se principalmente no Irão. A continuação desta conversa com o secretário de Estado (Mike) Pompeo focar-se-á principalmente no Irão e em duas outras questões: a aliança defensiva com os EUA, que eu gostaria de desenvolver, e o futuro reconhecimento norte-americano da aplicação da soberania israelita no vale do Jordão. Estas são questões muito importantes", declarou o primeiro-ministro israelita em funções aos jornalistas no aeroporto Ben Gurion, segundo extratos divulgados pela sua assessoria de imprensa.
"Vou agora partir para Lisboa onde me encontrarei com o primeiro-ministro português (António Costa). No entanto, o meu principal objetivo é, em primeiro lugar, encontrar-me com o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo", disse Netanyahu.
O encontro de hoje entre Netanyahu e Pompeo em Lisboa será o primeiro entre os dois responsáveis desde que a administração norte-americana anunciou, em meados de novembro, que os Estados Unidos deixam de considerar os colonatos israelitas na Cisjordânia contrários ao direito internacional, abandonando uma posição que o Departamento de Estado defendia desde 1978.
Segundo a agência noticiosa norte-americana Associated Press, a reunião com Pompeo permitirá a Netanyahu um impulso, numa altura em que luta pela sobrevivência política após ter falhado por duas vezes a formação de um executivo, na sequência das legislativas de abril e de setembro, e de ter sido acusado em três casos de corrupção.
A uma semana das eleições de setembro, Netanyahu prometeu anexar uma parte da Cisjordânia, aplicando a soberania israelita sobre o vale do Jordão, que representa cerca de 30% daquele território palestiniano ocupado por Israel desde 1967.
Após o reconhecimento de Jerusalém como a capital de Israel faz na sexta-feira dois anos e da soberania israelita sobre os Montes Golã, grande parte dos quais foram conquistados à Síria e cuja anexação não foi reconhecida pela comunidade internacional, Netanyahu espera conseguir o apoio da administração de Trump à anexação de grande parte da Cisjordânia.
A AP assinala que esta medida destruiria quase certamente quaisquer esperanças palestinianas de conseguirem um Estado independente.
O encontro do primeiro-ministro israelita com o seu homólogo português, marcado para quinta-feira, terá como tema as relações bilaterais entre Portugal e Israel, disse à Lusa fonte oficial do executivo de António Costa.
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