De janeiro, foram diagnosticadas 100.021 pessoas com febre dengue desde 1 de janeiro, 73 das quais nas últimas 24 horas, segundo dados do Centro de Operações de Emergência em Saúde.
De acordo com a mesma fonte, 129 pessoas morreram nos últimos 11 meses e outras 451 estão a receber atendimento médico em diferentes hospitais do país.
O aumento alarmante de casos no país segue a tendência mundial da epidemia, disse hoje a diretora do Instituto de Epidemiologia, Controlo e Pesquisa de Doenças do Bangladesh, Meerjady Sabrina Flora.
"Prevemos que o número [de casos no Bangladesh] cresça porque [a quantidade de] casos mundiais de dengue é alta, incluindo nos nossos países vizinhos", disse a responsável, admitindo que, apesar de terem tomado precauções, as autoridades do país não estavam preparadas para "tantos doentes".
Também o professor de entomologia da Universidade de Jahangirnagar, Kabirul Basha, alertou para a probabilidade de o número de casos aumentar, referindo que "o número oficial é baseado em informação parcial dada pelos 41 hospitais que o Governo segue"
"O número real de pacientes é, no entanto, muito maior", garantiu.
A capital do Bangladesh, Daca, uma megacidade superlotada que é o epicentro do surto, tem lutado para conter o vírus, mas o pânico está a espalhar-se pelos moradores, admitem as autoridades.
A dengue é uma doença viral, transmitida pelas fêmeas do mosquito 'Aedes aegypti', com sintomas semelhantes aos de uma gripe, o que inclui dores de cabeça, de músculos e de articulações, além de erupções cutâneas, mas capaz de causar complicações que podem levar à morte.
Um estudo da Direção-geral de Saúde identificou um aumento significativo (sextuplicação) da população destes mosquitos em Daca entre abril e julho deste ano, sendo esta a causa primária apontada para um surto mais grave do que a média.
No início do verão, a Organização Mundial de Saúde disse que a situação da dengue no Bangladesh era "alarmante, mas não estava fora de controlo".