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Hungria sai da Eurovisão por considerar ser "demasiado gay"

Não foi apresentada nenhuma razão oficial para a saída da competição.

Hungria sai da Eurovisão por considerar ser "demasiado gay"
Notícias ao Minuto

13:07 - 28/11/19 por Sara Gouveia

Mundo Eurovisão

A Hungria não vai participar no concurso da Eurovisão do próximo ano que se irá realizar em Roterdão, na Holanda. A decisão não teve, até agora, nenhuma razão oficial, mas especula-se que terá a ver com o facto de o país considerar que a competição é "demasiado gay" para o gosto do governo de extrema-direita do país.

O passo é dado aquando do aumento da retórica homofóbica na Hungria. Uma fonte do canal de serviço público húngaro, MTVA, disse ao Guardian que, apesar de não ter sido comunicada nenhuma razão internamente, entre os funcionários considera-se que terá sido a associação da Eurovisão à cultura LGBTI.

"Não fiquei surpreendido. Faz parte da cultura de organização da MTVA", explicou a mesma fonte, que não se quis identificar, referindo ainda que a cobertura positiva dos direitos LGBTI naquele órgão de comunicação têm sido desencorajado.

Num email ao Guardian, a MTVA disse que "em vez de participar na Eurovisão em 2020", o país tinha escolhido "apoiar as produções valiosas criadas pelos talentos húngaros da música pop diretamente".

Anteriormente, a página húngara 'index.hu' tinha citado fontes anónimas dentro da estação pública que especulavam que a saída tinha sido devido ao facto do concurso ser "demasiado gay". No entanto, o porta-voz do primeiro-ministro descreveu a história do site como "fake news", mas não forneceu qualquer outra explicação para a saída do país da competição.

Um jornalista apoiante do governo já se tinha referido à Eurovisão como um "esquadrão homossexual", garantindo que não participar na competição beneficiaria a saúde mental da nação. "Saúdo a decisão, incluindo de um ponto de vista de saúde mental, de a Hungria não participar no esquadrão homossexual em que esta competição internacional se transformou", disse András Bencsik.

"Muitos jovens pensam que aquilo é algo para maiores de 18 anos, mas neste evento a destruição do bom gosto público ocorre com travesties a gritar e mulheres barbudas", acrescentou.

Viktor Orbán tem-se afastado da retórica homofóbica, mas não se coíbe de dizer que do seu ponto de vista um casamento só pode ser entre um homem e uma mulher. No entanto, o mesmo não ocorre entre os seus apoiantes.

Já este ano, um anúncio da Coca-Cola relacionado com um popular festival de música na Hungria, que promove os direitos LGBTIespoletou um pedido de boicote por parte de um membro do partido conservador no governo húngaro, enquanto que o porta-voz do parlamento húngaro comparou a adoção por pessoas do mesmo sexo à pedofilia.  

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