A polícia disparou munição real contra manifestantes que tentavam incendiar a representação consular da República Islâmica do Irão.
Pouco antes do intenso tiroteio, os manifestantes ergueram bandeiras iraquianas sobre os blocos de concreto que cercavam o imponente edifício consular.
"Kerbala livre, fora Irão"
Os manifestantes também escreveram nos muros do consulado "Kerbala livre, fora Irão", enquanto outros jogavam pedras e fogo de artifício ao prédio consular do país vizinho, que é de maioria xiita como grande parte dos iraquianos, sob o olhar polícias.
Também atearam fogo a pneus e as chamas eram visíveis ao redor do consulado e em uma de suas portas.
Kerbala é o lar do mausoléu da cúpula dourada do imã Hussein, neto do Profeta Muhammad. É visitado todos os anos por milhões de peregrinos iranianos. O Irão é visto pelos manifestantes como o arquiteto do atual sistema iraquiano, que consideram corrupto e incompetente.
As frequentes visitas ao Iraque durante este mês (de intensos protestos dos iraquianos) do general Qassem Soleimani, comandante das operações externas do exército ideológico iraniano, e os comentários do líder supremo do Irão Ali Khamenei, que denunciou uma "conspiração" norte-americana e israelense, não só agravou a ira dos iraquianos.
Desde quarta-feira, as autoridades pararam de comunicar os balanços dos confrontos em Bagdad e no sul do país, regiões que estão a ser atingidas por protestos desde 1º de outubro, que vai em mais de 250 mortes. Segundo fontes médicas, no entanto, uma dúzia de manifestantes já foram mortos desde então.
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