"Entregámos um pedido junto do tribunal administrativo para pedir um adiamento da eleição" de 13 outubro até que Nabil Karoui seja libertado para fazer campanha, afirmou, em declarações à agência France Presse (AFP), o advogado Nazih Souei.
O principal argumento do apelo é de que a igualdade de oportunidades não é respeitada entre os dois candidatos que disputam a segunda volta presidencial, segundo explicou o advogado.
O tribunal administrativo confirmou ter recebido o pedido, mas sem avançar quanto tempo poderá demorar a responder.
Empresário e magnata dos 'media', Nabil Karoui, cujo partido foi fundado há seis meses, está detido desde 23 de agosto por suspeita de fraude fiscal e branqueamento de capitais.
No domingo passado, o outro candidato da segunda volta presidencial, Kais Saied, anunciou que suspendia a campanha em nome da igualdade de oportunidades do adversário político, Nabil Karoui.
A missão de observação da União Europeia (UE) na Tunísia lamentou hoje a "campanha de silêncio" para a segunda volta das presidenciais, ao lembrar que com um dos candidatos está detido e o outro está com a campanha suspensa.
"O que temos perante nós é uma situação original, uma campanha de silêncio em lugar de uma troca de posicionamentos, porque um não pode fazer campanha e o outro não quer", disse o vice-presidente do Parlamento Europeu (PE) Fabio Massimo Castaldo, chefe da missão de observadores eleitorais da UE às eleições tunisinas.
Os observadores europeus e vários políticos e organismos tunisinos pediram que Karoui pudesse fazer campanha, mas os apelos foram ignorados pela justiça.
"Esperamos, apesar de tudo, que haja possibilidade, meios, de permitir a cada candidato exprimir-se", prosseguiu Castaldo, frisando, contudo, que a missão "respeita plenamente a independência do poder judicial na Tunísia".
"A nossa preocupação é o acesso de cada eleitor às posições dos candidatos para que possa formar uma opinião informada", sublinhou o chefe da missão de observadores.
No próximo domingo, sete milhões de tunisinos são chamados às urnas para eleger o futuro Presidente da Tunísia.