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Conflitos e crenças tradicionais também prejudicam crianças

Situações de conflito e certas crenças tradicionais também são prejudiciais às crianças, afirmou o ex-presidente moçambicano Joaquim Chissano, a propósito do Índice dos países africanos mais amigos das crianças publicado hoje.

Conflitos e crenças tradicionais também prejudicam crianças
Notícias ao Minuto

06:04 - 18/11/13 por Lusa

Mundo Joaquim Chissano

"Quando há conflitos violentos, mesmo que não seja uma guerra, quem sofre em primeiro lugar são as crianças", lamentou o antigo chefe de Estado, que preside desde 2012 ao Fórum para as Políticas sobre as Crianças, responsável pela elaboração do índice.

A conclusão, lê-se no relatório, é que "o continente africano tornou-se num lugar mais adequado para as suas crianças do que há cinco anos atrás" graças ao crescente investimento em setores que têm impacto nas crianças, como a educação ou saúde, e ao progresso na proteção jurídica contra os abusos infantis.

Porém, continuam a morrer muitas crianças de causas evitáveis ou por falta de condições básicas e a violência infantil ainda é predominante, havendo poucos sistemas de proteção ou atenção à criança.

O número de mortes infantis em guerras civis decresceu muito no continente, mas continuam a existir outro tipo de conflitos, disse Chissano, em entrevista por telefone à agência Lusa.

"As crianças sofrem com qualquer conflito, mesmo familiar, porque quem sofre é a criança, que perde a atenção dos pais e depois fica perplexa sobre o que vê porque não compreende porque teimam em lutar quando devia prevalecer ambiente de amor e solidariedade que criança que precisa", afirmou.

Outro problema, reconheceu, são alguns tabus que ainda existem em certas culturas tradicionais, onde a criança é a última a comer ou é impedida de comer certos alimentos que hoje se sabe serem importantes.

"É uma questão de educação dos adultos sobre como procriar e como fazer para que a criança viva bem e dignamente", acrescentou Chissano, defendendo que seja dada mais voz às crianças.

O antigo presidente moçambicano considera ser necessário "criar o hábito de se discutir com as crianças e levar a sério o que as crianças dizem. E, se for preciso, orientá-las, mas sem hostilizá-las".

A publicação deste índice, que é o segundo desde cinco anos, é importante porque obriga os governos a refletir sobre que políticas precisam de melhorar.

"Suscita interesse dos Estados porque vão olhar para si e ver em que posição estão em relação ao cumprimento de um ou outro princípio", vincou.

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