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Sondagem russa aponta para aumento do descontentamento contra Putin

A percentagem de russos que não querem que o presidente Vladimir Putin siga no cargo depois de 2024 aumentou 11 pontos desde 2018, situando-se nos 38%, segundo uma sondagem difundida hoje em Moscovo.

Sondagem russa aponta para aumento do descontentamento contra Putin
Notícias ao Minuto

13:33 - 30/07/19 por Lusa

Mundo Rússia

De acordo com a pesquisa, 54% dos inquiridos deseja que o atual chefe de Estado continue no poder depois de 2024, ano em que termina o segundo mandato consecutivo de Vladimir Putin - e o quarto no total.

A sondagem efetuada pela empresa Centro Levada foi publicada hoje pelo jornal Vedomosti.

A Constituição russa impede mais do que dois mandatos presidenciais seguidos, sendo que após ter sido reeleito em 2018 Putin afirmou que não tinha a intenção de mudar a legislação para manter a presidência.

Mesmo assim, analistas acreditam que o Kremlin está a trabalhar para manter Putin no poder depois de 2024.

Vladimir Putin foi reeleito presidente da Rússia em 2018 com 76,7% dos votos, o melhor resultado desde que alcançou o poder no ano 2000.

O diretor da Centro Levada, Lev Gudkov, explicou que o desejo de mais de metade dos russos é o de que Putin continue no poder depois de 2024 por não encontrarem alternativas de mudança.

"Nenhum sucessor pode destacar-se politicamente porque a popularidade do presidente deve-se, em grande medida, à inércia", disse Gudkov ao jornal Vedomosti.

O responsável pela empresa de sondagens disse também que o nível de vida da população continua a degradar-se, facto que vai ter efeitos no apoio popular às autoridades no poder, que vão recorrer "a todos os métodos repressivos" para "neutralizarem" as ameaças que possam surgir.

De acordo com a agência de estatística russa Rosstat, o número de russos que vivem abaixo do limiar da pobreza situa-se nos 20,9 milhões de pessoas no primeiro trimestre do ano, mais do que em 2018.

Gudkov assinalou que atualmente os mais críticos em relação ao poder são as pessoas com idades entre os 25 e os 30 anos, com formação académica e recursos financeiros.

Atualmente, ao contrário do que aconteceu no auge da contestação contra Putin -- entre 2000 e 2013 -- quando se verificaram os maiores protestos antigovernamentais da era pós-soviética, a base social de descontentamento é a mais ampla de sempre e inclui também os mais desfavorecidos.

A sondagem da Centro Levada é publicada numa altura em que se verificam protestos contra o governo russo.

No passado fim de semana, mais de mil pessoas foram presas durante uma manifestação não autorizada no centro de Moscovo contra a legislação eleitoral que não permite candidaturas independentes para as próximas autárquicas.

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