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Marroquino reconhece envolvimento na morte de duas turistas escandinavas

O presumível chefe de uma célula 'jihadista' reconheceu hoje o seu envolvimento no assassínio de duas turistas escandinavas decapitadas em dezembro em Marrocos, no reinício do processo em Salé, arredores da capital Rabat.

Marroquino reconhece envolvimento na morte de duas turistas escandinavas
Notícias ao Minuto

18:12 - 30/05/19 por Lusa

Mundo Dezembro

"Lamento (...) decapitei uma [turista]", declarou Abdessamad Ejjoud, um comerciante ambulante de 25 anos julgado com outros 23 suspeitos pelo crime cometido na noite de 15 para 16 de dezembro na região do Alto Atlas (sul).

As vítimas, Louisa Vesterager Jespersen, uma estudante dinamarquesa de 24 anos, e a sua amiga Maren Ueland, uma norueguesa de 28 anos, acampavam num local isolado, e preparavam-se para um percurso pedestre na montanha.

Os envolvidos no seu assassínio arriscam teoricamente a pena capital. As condenações à pena de morte ainda são pronunciadas em Marrocos, mas desde 1993 que é aplicada uma moratória.

Na manhã de hoje, os 24 acusados chegaram sob fortes medidas de segurança à câmara criminal do tribunal de apelo de Salé para esta audiência, a terceira desde a abertura no início de maio deste processo.

Três dos acusados são julgados pelo seu envolvimento direto no crime: Abdessamad Ejjoud, Younes Ouaziyad (27 anos) e Rachid Afatti (33 anos), todos naturais da região de Marraquexe (sul). Abdessamad Ejjoud tinha já estado detido por tentar tentado juntar-se ao grupo 'jihadista' Estado Islâmico (EI) na Síria.

"Ouaziyad matou a outra" mulher, afirmou Abdessamad Ejjoud. "Amávamos o EI e rezávamos a Alá por ele", acrescentou.

O trio filmou a decapitação de uma das duas vítimas e difundiu as imagens nas redes sociais. Um outro vídeo publicado na ocasião mostra o seu sermão de obediência ao EI, ao lado de um quarto detido, Abderrahim Khayali, 33 anos, que os acompanhou no Alto Atlas mas deixou-os antes da agressão às duas turistas.

Provenientes de meios modestos, com um nível de instrução muito baixo, viviam todos de pequenos biscates nos bairros deserdados de Marraquexe, o principal destino turístico do reino magrebino.

De acordo com a investigação, a sua "célula terrorista", inspirada pela ideologia 'jihadista' não mantinha "contactos" com quadros operacionais na Síria ou no Iraque, e o EI nunca reivindicou os seus atos.

Os restantes detidos estão indiciados pelas suas ligações com os presumíveis autores dos crimes. O único estrangeiro do grupo, Kevin Zoller Guervos, é um hispano-suíço de 25 anos que se instalou em Marrocos após a sua conversão ao islão.

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