Num relatório divulgado hoje, o comité avançou que não foi possível obter informação sobre a localização de 102 pessoas após denúncias de "detenção arbitrária".
Alguns dos desaparecidos foram vistos pela última vez quando eram capturados por polícias ou paramilitares e, depois de ter sido solicitada informação à polícia, foram negados dados.
Outros permaneciam em celas da polícia ou em estabelecimentos prisionais quando as famílias deixaram de receber informação por parte das autoridades.
Nesta lista figuram os nomes de vários manifestantes detidos no passado dia 22, quando a oposição convocou uma greve nacional em protesto contra o governo do Presidente Daniel Ortega e de um outro manifestante detido há oito meses.
A Nicarágua está mergulhada numa crise política desde que, a 18 de abril de 2018, uma controversa reforma da segurança social desencadeou uma onda de contestação popular exigindo a demissão de Daniel Ortega após quase 12 anos consecutivos no poder.
Até agora, a repressão dos protestos fez 325 mortos e centenas de detenções, segundo a Comissão Interamericana de Direitos Humanos. Os organismos locais falam em 593 mortos e o governo indica 199.