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Argélia: Novas manifestações e detenções em Argel

A polícia argelina deteve hoje dezenas de pessoas numa praça no centro da capital, Argel, ponto de concentração das manifestações semanais contra o poder desde 22 de fevereiro, indicaram testemunhas e jornalistas nas redes sociais.

Argélia: Novas manifestações e detenções em Argel
Notícias ao Minuto

14:00 - 24/05/19 por Lusa

Mundo Polícia

Um jornalista da agência France-Presse viu uma mulher a ser interpelada perto da Grande Poste, um edifício emblemático que dá nome à praça, onde foram colocadas barreiras para impedir o acesso dos manifestantes.

Várias centenas de contestatários conseguiram ainda assim concentrar-se perto do edifício do qual foram mantidos afastados por uma fileira de veículos da polícia.

"Fartos dos generais" e "Gaid Salah rua", gritavam, referindo-se ao general Ahmed Gaid Salah, chefe do Estado-Maior das Forças Armadas e o homem forte da Argélia.

"Vi que a polícia interpelava sistematicamente qualquer pessoa com um cartaz", declarou à AFP um manifestante, Mahenna Abdeslam, professor na Universidade de Bab Ezzouar em Argel, adiantando: "Não pararemos" as manifestações.

O 'site' de informação TSA (Tudo Sobre a Argélia) indica que a polícia está a realizar detenções em massa dos manifestantes em Argel.

Samir Larabi, militante do Partido Socialista, escreveu na rede social Facebook que se encontrava "na companhia de duas dezenas de cidadãos numa carrinha celular" e juntou uma fotografia.

O vice-presidente da Liga de Defesa dos Direitos Humanos argelina, Said Salhi, relatou na rede social Twitter: "patrulhas cruzam a cidade (Argel) e interpelam qualquer pessoa suspeita de se juntar à marcha. Parece que (as autoridades) querem proibir a marcha".

Pela 14.ª sexta-feira consecutiva, os argelinos continuam a exigir o desmantelamento do "sistema" no poder e a partida das suas figuras, à frente das quais se encontram o presidente interino, Abdelkader Bensalah, o primeiro-ministro, Noureddine Bedoui, e o general Gaid Salah, todos antigos fiéis do presidente Abdelaziz Bouteflika, obrigado a demitir-se pela pressão da rua a 2 de abril.

O movimento de contestação inédito exige igualmente a anulação das presidenciais marcadas para 4 de julho pelo governo interino para eleger o sucessor de Bouteflika, considerando que as personalidades do regime não podem garantir um escrutínio livre e justa.

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