Centro fronteiriço nos EUA em quarentena após quinta morte de menor

Um dos maiores centros de detenção da polícia fronteiriça norte-americana foi colocado em quarentena devido ao registo de um grande número de casos de gripe e após a morte de um imigrante menor, a quinta desde dezembro passado.

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Lusa
22/05/2019 17:12 ‧ 22/05/2019 por Lusa

Mundo

Fronteira

Para evitar a propagação da doença, as autoridades do Vale do Rio Grande "suspenderam temporariamente as operações de admissão" no centro de detenção localizado na cidade de McAllen, na fronteira com o México, indicou a polícia fronteiriça norte-americana, hoje citada nas agências internacionais.

"A equipa médica está a trabalhar, neste momento, para fornecer aos pacientes um tratamento médico apropriado", anunciou a mesma fonte, precisando que "um grande número" de migrantes apresenta sintomas semelhantes aos da gripe, nomeadamente febre alta.

Um adolescente de 16 anos oriundo da Guatemala, identificado como Carlos Gregorio Hernandez Vasquez, morreu na segunda-feira numa esquadra da polícia fronteiriça em Weslaco, Texas.

Detido pelas autoridades fronteiriças a 13 de maio por ter atravessado ilegalmente a fronteira dos Estados Unidos, o adolescente, que viajava sozinho, foi levado para o centro de detenção de Mcallen.

Dias depois, a 19 de maio, Carlos Vasquez foi diagnosticado com gripe e recebeu, na altura, cuidados médicos. Posteriormente, seria transferido para uma esquadra em Weslaco, supostamente para impedir a propagação da doença entre os outros migrantes.

Na segunda-feira, o adolescente foi encontrado sem sinais vitais. A causa oficial da morte não foi anunciada.

Trata-se do quinto imigrante menor a morrer sob custódia das autoridades fronteiriças norte-americanas desde dezembro de 2018.

Perante este novo caso, a oposição democrata no Congresso está a pedir uma investigação federal sobre a morte destes migrantes menores e sobre a detenção de crianças na fronteira norte-americana.

"Ninguém morreu durante 10 anos [no regime de detenção]. E nos últimos seis meses, tivemos cinco mortes", afirmou, em declarações aos jornalistas, o congressista democrata do Texas, Joaquin Castro, mencionando uma "epidemia de morte" na fronteira.

"Estão a ocultar a verdade sobre estas atrocidades ao povo americano", reforçou Joaquin Castro, membro do "caucus" hispânico no Congresso norte-americano, grupo que integra 38 legisladores democratas, citado pelos 'media' internacionais.

Por sua vez, o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (republicano), culpa os democratas por estas mortes, afirmando que estes estão a tornar as coisas "muito, muito perigosas para as pessoas" ao não apoiar mudanças no sistema migratório.

"Poderíamos ter tudo resolvido", declarou Trump aos jornalistas.

Os cinco migrantes menores que morreram, até à data, sob custódia das autoridades fronteiriças norte-americanas eram todas oriundas da Guatemala.

Jakelin Caal Maquin, uma menina de sete anos que morreu em dezembro de uma infeção bacteriana, foi o primeiro caso a ser divulgado.

As autoridades norte-americanas afirmaram há algumas semanas que o dispositivo fronteiriço está "à beira de uma rutura" devido ao aumento significativo de pessoas, incluindo menores, que tentam entrar nos Estados Unidos.

De acordo com as estatísticas oficiais, mais de 300 mil pessoas, muitas delas oriundas de países da América Central, foram detidas na fronteira sul (entre o México e os Estados Unidos) entre janeiro e abril, com os números a aumentarem a cada mês.

A maioria entrega-se à polícia fronteiriça e solicita um pedido de asilo.

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