Primeiro-ministro ucraniano de saída após Zelensky dissolver parlamento
O primeiro-ministro ucraniano, Volodymyr Borysovych Groysman, apresentou hoje a demissão, depois de o novo Presidente ter dissolvido o parlamento no discurso de investidura.
© Reuters
Mundo Borysovych Groysman
O chefe do Governo anunciou que abandona o cargo "logo após o Conselho de Ministros de quarta-feira" e instou o Presidente a assumir a responsabilidade total pelo país a partir desse dia.
A demissão ainda tem de ser aprovada pelo Parlamento e, caso seja aceite, Groysman terá de ficar como primeiro-ministro interino até que um novo Governo seja nomeado na sequência das eleições.
O novo chefe de Estado da Ucrânia, Volodymir Zelensky, que ganhou as presidenciais com 73% dos votos, tomou hoje posse como chefe de Estado, numa cerimónia que decorreu no parlamento de Kiev e na qual declarou a dissolução da assembleia, antecipando as legislativas.
Após a publicação da legislação que formaliza a dissolução do parlamento, as eleições antecipadas terão de ocorrer dentro de dois meses.
Groysman era primeiro-ministro da Ucrânia desde abril de 2016, tendo iniciado a sua carreira política em 2002 como presidente da câmara.
Em 2014 juntou-se ao partido Solidariedade, do ex-Presidente Petro Poroshenko, e foi ministro de Desenvolvimento Regional, Construção e Vida Comunitária e vice-primeiro-ministro.
Hoje, no seu discurso de investidura, o novo Presidente elegeu como primeira tarefa conseguir o cessar-fogo em Donbass sublinhando que está disposto a adotar decisões complexas para alcançar o acordo.
"Estou disposto a tudo para que os nossos heróis não continuem a morrer. Não tenho medo de tomar decisões complexas. Estou disposto a perder a minha popularidade e, se for necessário, o meu cargo para estabelecer a paz", afirmou.
Zelensky disse também que a anexação da Crimeia pela Rússia em 2014 e os confrontos na região de Donbass já fizeram mais de 10 mil mortos e frisou que a Península da Crimeia e a região de Donbass são territórios ucranianos.
O novo presidente falou em ucraniano, mas discursou em russo para se dirigir diretamente à população russófona de Donbass.
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