Quais são os limites no Cazaquistão para levar a cabo um protesto pacífico? Aparentemente poucos, como dá conta uma peça do New York Times sobre um caso que também está a ser denunciado pela Human Rights Watch.
A história aconteceu na passada segunda-feira e envolve Aslan Sagutdinov, um jovem de 22 anos de idade.
Aslan Sagutdinov colocou-se no centro de uma praça na cidade de Uralsk com um cartaz. O cartaz, porém, não contava com nenhuma reivindicação. Era só um cartaz em branco.
Um vídeo captado e partilhado no YouTube mostra como rapidamente agentes de segurança se acercaram do local. O vídeo, com menos de três minutos de duração, termina com o jovem a ser detido sem alguma vez ter mostrado sinais de resistência.
Segundo adiantou a um jornal daquele país o porta-voz da polícia cazaque, Bolatbek Beldibekov, o jovem ativista foi libertado pouco depois.
Segundo este mesmo porta-voz, a detenção não ocorreu porque o jovem tinha um cartaz em branco, nem tão pouco a polícia agiu para lá dos limites da lei. Na verdade, procurou justificar, Aslan Sagutdinov foi detido porque estava à margem da lei, ao afirmar que "não há democracia e liberdade de expressão" no Cazaquistão.
As explicações das autoridades do Cazaquistão foram conhecidas na última terça-feira. Já ontem, dia 9 de maio, dia em que havia protestos marcados no país, vários meios de comunicação social estavam bloqueados, havendo também muitos cidadãos do Cazaquistão a denunciar que o acesso ao Facebook foi restringido. Um jornal local denunciou ainda a detenção de um repórter seu, mesmo após se ter identificado como jornalista.
Eis o vídeo do protesto desta semana que tem suscitado críticas de vários quadrantes.