Conselho Islâmico diz que discurso islamofóbico é uma ameaça à paz

O presidente do Conselho Islâmico de Moçambique, Aminuddin Mohamad, afirmou hoje que os discursos islamofóbicos apresentados como liberdade de expressão são "uma ameaça à harmonia inter-religiosa e à paz em todo o mundo".

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© Reuters

Lusa
17/04/2019 20:50 ‧ 17/04/2019 por Lusa

Mundo

Moçambique

O xeque, que viveu nos anos 80 em Portugal e iniciou a sua palestra, em Lisboa, saudando os presentes com a tradicional saudação islâmica Salaam Aleikum ("A paz esteja convosco"), criticou os ódios e fanatismos religiosos, citando versículos do Corão que sustentam a liberdade da crença e da divergência.

No entanto, lamentou que, "infelizmente, para alguns a liberdade de expressão funcione de outra maneira", que inclui profanar "as bases e os símbolos das crenças e identidades de algumas religiões".

Para Aminuddin Mohamad, a liberdade de expressão "não pode abranger insultos nem dá o direito de as pessoas ofenderem e insultar os sentimentos de milhões de pessoas, atiçando o fogo do ódio", pelo que, tal como acontece com o antissemitismo, que foi criminalizado em vários países, também as manifestações islamofóbicas que constituem "reações negativas ao islão e aos muçulmanos" deviam ser criminalizadas.

O responsável do Conselho Islâmico de Moçambique considerou que "cada um é livre de crer ou descrer" e cada um "tem as suas convicções religiosas, mas ninguém tem o direito de ridicularizar a religião do outro e fingir, ofender os sentimentos do outro, especialmente nos países que reivindicam ser civilizados e que dizem respeitar os direitos humanos" e a liberdade religiosa.

Aminuddin Mohamad salientou que o fanatismo religioso "destrói os pecadores" e que não haverá paz no mundo sem paz entre as religiões "e sem a propagação de uma cultura de diálogo".

Por isso, reforçou, "é dever das religiões condenar o extremismo, o terrorismo e outras formas de violências em nome da religião, pois tais atos nada têm a ver com os ensinamentos genuínos da palavra de Deus".

O xeque participou num colóquio sobre liberdade de expressão e o contributo das religiões na economia organizado pela Casa de Moçambique e pela UCCLA (União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa).

 

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