A aplicação do acordo, que chegou a estar previsto para o passado dia 18 de dezembro, e que previa uma trégua em Hodeida (noroeste) e uma troca de prisioneiros, foi adiada a 28 de janeiro devido a dificuldades no terreno, de acordo com o emissário da ONU para o Iémen, Martin Griffiths.
O acordo tinha sido concluído na Suécia, após negociações organizadas pela ONU entre o Governo iemenita, apoiado por uma coligação internacional dirigida pela Arábia Saudita, e os rebeldes huthis, ajudados pelo Irão.
Griffiths viajou na semana passada para Sanaa, capital iemenita, para dar continuidade ao pacto, considerado uma peça-chave para o fim da guerra no país.
Após o anúncio do pacto entre ambas as partes, feito por videochamada durante o Conselho de Segurança das Nações Unidas, o enviado da ONU acrescentou: "Quando -- e espero que seja quando e não se -- essas recolocações acontecerem, serão as primeiras retiradas voluntárias de forças neste longo conflito".
Hodeida, cidade portuária controlada pelos rebeldes xiitas que combatem o Governo, foi durante meses a principal linha de frente da guerra no Iémen, desencadeada em 2014.
As forças pró-governamentais lançaram uma ofensiva em junho contra a cidade no mar Vermelho, controlada pelos rebeldes e porta de entrada do essencial da ajuda humanitária e das importações do país.
O conflito no Iémen já causou mais de 10.000 mortos desde que a coligação militar internacional iniciou a sua intervenção em março de 2015, segundo a Organização Mundial de Saúde.
Grupos de defesa dos direitos humanos admitem que o número real de mortos poderá ser cinco vezes maior.
A guerra deixou 14 milhões de iemenitas à beira da fome e as Nações Unidas consideram a situação como a pior crise humanitária do mundo.