O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, comparou o Brexit ao processo de independência da Catalunha, que terminou gorado.
“Eles dizem: ‘A Europa está a roubar-nos!’, ou ‘A Espanha está a roubar-nos!’, ou ‘Se tivéssemos mais recursos económicos...’. No fim das contas, acho que entrar em campanhas ou projetos políticos baseados em mentiras guiará, eventualmente, as sociedades a um beco sem saída”, atirou o socialista, numa entrevista em simultâneo para o britânico Guardian, o francês Le Monde, o alemão Frankfurter Allgemeine Zeitung e o italiano La Repubblica.
O chefe de governo espanhol teceu paralelos entre os discursos que levaram à pretensão de saída do Reino Unido do bloco comunitário e os discursos que abriram o processo independentista catalão. “As técnicas do movimento independentista catalão são muito similares às de Farage e outros líderes ultra-conservadores que defenderam o Brexit”, afirmou Pedro Sánchez.
No entender do secretário-geral do PSOE, a participação de um país na União Europeia não deveria ser discutida em termos de ‘sair’ ou ‘ficar’. “Não se trata de ‘será que saio ou fico?’. A questão que talvez devesse ter sido levantada é ‘quero ficar numa Europa melhor?’, porque há certamente muitas coisas que precisam de mudar na Europa”, indicou.
Se o Parlamento britânico não aprovar o Acordo de Saída até 12 de abril, o novo prazo concedido pela União Europeia, a única opção para o Reino Unido é o ‘hard Brexit’, a saída sem acordo. Juncker deixou claro que não será concedida mais nenhuma extensão de curta duração ao Artigo 50.º sem a aprovação do acordo.