De acordo com o presidente do CICV, o suíço Peter Maurer, este campo acolheu entre 80.000 e 100.000 pessoas. Entre elas, num espaço separado, encontram-se cerca de 10.000 mulheres e crianças ligadas ao grupo 'jihadista' Estado Islâmico (EI) provenientes de 30 a 40 países e as crianças com menos de 12 anos representam dois terços deste grupo.
"Na categoria de famílias estrangeiras, a nossa prioridade consiste em tentar repatriar as crianças para o seu país de origem, onde se espera que tenham família, para os que estão órfãos", disse durante um encontro com jornalistas em Nova Iorque.
"Atualmente, a nossa prioridade número um consiste em identificar as crianças não acompanhadas para dizer aos governantes que encontrámos crianças sem pais e para ver se em alguma parte, entre a China e a Argentina, terão família a que possam ser entregues", acrescentou Peter Maurer.
A segunda prioridade "consiste em ver se as mulheres com crianças pretendem regressar" ao seu país de origem, insistiu o responsável do CICV.
Interrogado sobre o número de crianças não acompanhadas por pais, respondeu ser muito difícil precisar: "Decerto são centenas, talvez mais".
No campo, "existem dezenas de milhares de crianças que não sabemos se são sírias, iraquianas ou de outras nacionalidades".
"Estão com adultos, mas não sabemos se são a sua mãe, ou não", afirmou, acrescentando: "E para complicar a situação, existem vítimas do grupo ['jihadista'] Estado Islâmico" que foram talvez sequestradas para servir de escravos, e que não podem provar a sua identidade.
Apesar de os socorros de urgência suscitarem a atenção internacional, "ninguém está verdadeiramente interessado em criar estruturas, procedimentos, para gerir este problema" das crianças sem pais, lamentou ainda o presidente do CICV.
Em meados de março a França repatriou cinco órfãos. Mas a sua política consiste em receber as crianças apenas pelo método de "caso a caso".