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May pressiona parlamento. "Cancelar Brexit causará danos irreparáveis"

Theresa May, primeira-ministra britânica, fez um anúncio à nação, a partir do número 10 de Downing Street, em Londres.

May pressiona parlamento. "Cancelar Brexit causará danos irreparáveis"

"Cancelar o Brexit vai causar danos irreparáveis, não só para esta geração de políticos, mas para todo o processo democrático", afirmou esta quarta-feira a primeira-ministra britânica, num discurso à nação onde colocou pressão sobre os deputados britânicos, enumerando os avanços e recuos de processo de saída da União Europeia a partir da ativação do Artigo 50.º do Tratado de Lisboa.

"Até agora o parlamento não fez tudo o que era possível para evitar tomar uma decisão", atirou, colocando o ónus da responsabilidade do atraso no Brexit nos sucessivos chumbos da Câmara dos Comuns.

"Não vou adiar o Brexit para lá de 30 de junho. Alguns dirão que estou a fazer a escolha errada e que deveria pedir uma extensão mais alargada, para dar mais tempo aos políticos para discutir que caminho seguir. Isso significaria que o Reino Unido teria de concorrer às eleições europeias. Que mensagem passaria isso? E o quão divisiva e amarga seria essa campanha?", questionou.

Indicando que passaram três anos desde o referendo que decidiu a saída do Reino Unido da União Europeia, May acusou o parlamento de "não conseguir acordar uma forma de implementar o Brexit". "Consequentemente, não vamos sair a tempo, com um acordo, no dia 29 de março. Este atraso é uma questão de grande consternação pessoal para mim", admitiu.

"Por isso, tenho a certeza, o povo já está farto. Vocês já estão fartos de ouvir os deputados a falar de mais nada senão Brexit, quando existem outras preocupações. Eu estou do vosso lado. É chegado o tempo dos deputados tomarem uma decisão", afirmou.

A governante britânica, sublinhe-se, confirmou esta quarta-feira que pediu ao Conselho Europeu uma extensão da duração do Artigo 50.º, que determina o prazo para um estado-membro negociar a sua saída da União Europeia, até 30 de junho, naquilo que se descreve como um adiamento curto.

Esta extensão foi recebida positivamente pelo Conselho Europeu mas condicionada à “votação positiva” pelo parlamento britânico do Acordo de Saída negociado entre May e Bruxelas, um documento que já foi chumbado duas vezes da Câmara dos Comuns.

A questão da duração da extensão, indicou o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, fica ainda em aberto, estando nas mãos dos chefes de Estado e de governo europeus, nesta altura reunidos em Conselho Europeu.

Recorde-se que o dia 30 de junho é o último dia em que o Reino Unido pode permanecer na União Europeia sem participar nas eleições europeias.

O prazo de dois anos estabelecido pelo Artigo 50.º termina já no próximo dia 29, mas, sem acordo no parlamento britânico, Theresa May pediu mais tempo para negociar. O Conselho Europeu é quem decide sobre este pedido, que terá de ser aprovado de forma unânime.

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