A CUP (esquerda radical) tomou esta decisão durante o conselho político extraordinário que foi realizado esta tarde na sede do partido independentista, em Barcelona, reunião que durou apenas uma hora.
A decisão de não participar nas eleições espanholas foi aprovada com 37 votos a favor, 20 contra e quatro abstenções, especificou em declarações aos jornalistas a líder da CUP, Mireia Boya.
No encontro foram debatidas duas propostas, tendo em vista as eleições de 28 de abril: participar nas eleições como um "projeto de rutura e bloqueio do Estado" e, por outro lado, a de não se apresentar ao ato eleitoral e dotar-se com "um pouco mais de tempo" para decidir como o partido irá encarar a ação política no âmbito destas eleições, explicou Boya.
Acabou por ser aprovada a segunda proposta por não haver as condições "necessárias" para a candidatura da CUP se tornar "autenticamente de rutura e transformadora do Estado", disse a líder do partido.
O partido vai agora concentrar-se nas eleições municipais de 26 de maio, sendo esta a "ação política prioritária" do partido anticapitalista, acrescentou.
"Estas eleições para nós são muito mais importantes, porque as condições para um outro momento de rutura têm de vir dos municípios e não do Congresso (...) Somos um candidato municipalista", disse Boya.
Nesse sentido, indicou que a formação partidária usará "todos os esforços" para criar as condições de "rutura a partir dos municípios", "de baixo" e com uma mobilização "permanente".
O primeiro-ministro socialista espanhol, Pedro Sánchez, convocou eleições legislativas antecipadas para 28 de abril, as terceiras em menos de quatro anos, depois de o parlamento ter chumbado em 13 de fevereiro o seu projeto de Orçamento para 2019.
Sánchez justificou a sua decisão porque "entre não fazer nada", continuando a governar com o orçamento do chefe do Governo anterior, Mariano Rajoy, do Partido Popular (PP, direita), e "dar a palavra aos espanhóis", prefere a segunda opção.
A atual legislatura terminou em 05 de março.
O atual Congresso dos Deputados (câmara baixa do parlamento) tem 350 deputados, dos quais 134 são do PP, 84 do PSOE, 67 do Unidos Podemos e 32 do Cidadãos.