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Guaidó quer que militares entreguem responsáveis por ataque a indígenas

O autoproclamado Presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, exigiu que as forças militares venezuelanas destacadas na zona sul do país entreguem os responsáveis pelo ataque de hoje contra um grupo de indígenas que fez pelo menos um morto.

Guaidó quer que militares entreguem responsáveis por ataque a indígenas
Notícias ao Minuto

17:54 - 22/02/19 por Lusa

Mundo Venezuela

Numa mensagem publicada na rede social Twitter, Juan Guaidó exigiu que os generais Jesús Mantilla Oliveros e Alberto Mirtiliano Bermúdez "detenham ou entreguem os responsáveis pela repressão e pelo assassínio dos irmãos Pemon [etnia que habita na fronteira entre a Venezuela e o Brasil] em Kumaracupay (sul) que apoiam a ajuda humanitária".

Caso isso não aconteça, Guaidó referiu na mesma mensagem que os generais serão os responsáveis pelos incidentes que fizeram uma vítima mortal (uma mulher indígena) e pelo menos 15 feridos, todos com ferimentos de bala.

Juan Guaidó assegurou que esta situação "não ficará impune" e pediu aos militares que decidam "nesta hora definitiva" de que lado estão.

E insistiu: "A todos os militares: entre hoje e manhã [sábado], vocês vão definir como querem ser recordados. Já sabemos que estão com o povo, deixaram isso muito claro. Amanhã podem demonstrá-lo".

O presidente da Assembleia Nacional (parlamento) e autoproclamado Presidente interino referia-se à promessa que fez na semana passada, quando prometeu fazer entrar no sábado (23 de fevereiro) a ajuda humanitária internacional no território venezuelano, apesar da recusa do Presidente contestado Nicolás Maduro.

"A ajuda humanitária vai entrar, sim ou sim (de qualquer maneira), o usurpador terá que ir-se (embora), sim ou sim, da Venezuela", afirmou então o autoproclamado Presidente interino.

As doações oriundas dos Estados Unidos e de outros países (alimentos e medicamentos) encontram-se armazenadas em vários Estados vizinhos da Venezuela, como na Colômbia, Brasil e na ilha de Curaçao, nas Antilhas holandesas.

No sábado, representantes da oposição venezuelana esperam fazer entrar na Venezuela a ajuda humanitária que está armazenada em Cúcuta, na fronteira com a Colômbia.

Esta cidade fronteiriça colombiana está a receber hoje um concerto solidário para apoiar a entrada dos bens humanitários e a respetiva entrega ao povo venezuelano.

Juan Guaidó reiterou, na quinta-feira, num "decreto presidencial" a autorização para a entrada da ajuda humanitária no país e pediu aos militares, que até à data juraram lealdade a Maduro, para atuarem em conformidade com estas novas instruções.

A entrada de ajuda humanitária, especialmente os bens fornecidos pelos Estados Unidos, no território venezuelano tem sido um dos temas centrais nos últimos dias do braço-de-ferro entre Juan Guaidó e Nicolás Maduro.

O governo venezuelano tem insistido em negar a existência de uma crise humanitária no país, afirmação que contradiz os mais recentes dados das Nações Unidas, que estimam que o número atual de refugiados e migrantes da Venezuela em todo o mundo situa-se nos 3,4 milhões.

Só no ano passado, em média, cerca de 5.000 pessoas terão deixado diariamente a Venezuela para procurar proteção ou melhores condições de vida.

Maduro encara a entrada desta ajuda humanitária como o início de uma intervenção militar por parte dos norte-americanos e tem justificado a escassez com as sanções aplicadas por Washington.

Na sequência deste braço-de-ferro, Maduro decidiu, esta semana, encerrar indefinidamente a fronteira marítima e aérea com Curaçao, Aruba e Bonaire, suspendendo as ligações aéreas e marítimas com estes territórios.

O líder venezuelano também ordenou na quinta-feira o encerramento da fronteira terrestre com o Brasil e ameaçou avançar com a mesma medida em relação à Colômbia.

Posteriormente, Guaidó ordenou a abertura da fronteira com o Brasil e a manutenção das ligações e relações com as ilhas caribenhas.

A crise política na Venezuela agravou-se em 23 de janeiro, quando Juan Guaidó se autoproclamou Presidente da República interino e declarou que assumia os poderes executivos de Nicolás Maduro.

Guaidó, 35 anos, contou de imediato com o apoio dos Estados Unidos e prometeu formar um governo de transição e organizar eleições livres.

Nicolás Maduro, 56 anos, no poder desde 2013, denunciou a iniciativa do presidente do parlamento como uma tentativa de golpe de Estado liderada pelos Estados Unidos.

A repressão dos protestos antigovernamentais desde 23 de janeiro provocou mais de 40 mortos e cerca de mil detenções, incluindo menores, de acordo com várias organizações não-governamentais e o parlamento venezuelano.

A maioria dos países da União Europeia, entre os quais Portugal, reconheceram Guaidó como Presidente interino encarregado de organizar eleições livres e transparentes.

Na Venezuela residem cerca de 300.000 portugueses ou lusodescendentes.

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