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Um terço dos deputados insta Governo a descartar saída sem acordo

Mais de 200 dos 650 deputados britânicos, representantes de todo o espetro político, subscreveram uma carta instando o Governo a descartar a perspetiva de um 'Brexit' sem acordo devido ao eventual impacto na indústria.

Um terço dos deputados insta Governo a descartar saída sem acordo
Notícias ao Minuto

09:53 - 07/01/19 por Lusa

Mundo Saída

A carta foi escrita pela deputada do partido Conservador Caroline Spelman e pelo deputado do partido Trabalhista Jack Dromey, mas foi apoiada por eleitos dos Liberais Democratas, dos nacionalistas escoceses SNP e galeses Plaid Cymru.

"O renascimento da indústria manufatureira criou inúmeros empregos, não apenas via emprego direto, mas também na cadeia de suprimentos e serviços auxiliares. Deixar a União Europeia (UE) sem um acordo causaria danos económicos desnecessários", avisam.

Uma saída sem acordo forçaria o Reino Unido a negociar com a UE com as tarifas determinadas pela Organização Mundial do Comércio (OMC), o que, receiam, "tornaria as fábricas [britânicas] instantaneamente menos competitivas e tornaria muito difícil para a indústria justificar a produção de bens no Reino Unido para exportação".

O resultado será uma saída do investimento de multinacionais para outras localizações europeias, pondo em risco milhares de empregos, alertam.

A carta foi endossada por organizações empresariais como a Confederação da Indústria Britânica, a EEF, a Federação de Pequenas Empresas e a Sociedade de Fabricantes e Comerciantes de Motores, bem como pelos presidentes executivos da Airbus, Rolls Royce, Jaguar Land Rover e Ford.

Os signatários foram convidados pela primeira-ministra britânica, Theresa May, para um encontro na residência oficial em Downing Street na terça-feira, dia em que o governo se reúne para discutir os preparativos para um possível 'Brexit' sem acordo.

Argumentando no sentido contrário, o antigo ministro dos Negócios Estrangeiros Boris Johnson escreve no jornal Daily Telegraph que uma saída sem acordo é o que está mais próximo do que os eleitores voltaram no referendo de 2016 que determinou a saída da UE.

"É um 'não acordo'", ou os termos da OMC, que corresponde verdadeiramente à ideia do povo de sair; e eles veem essa opção com uma confiança que é agora diretamente proporcional à crescente força dos avisos do governo contra ela", argumenta.

Na quarta-feira o Parlamento britânico volta a debater o acordo para a saída do Reino Unido da União Europeia, um mês depois de a respetiva votação ter sido adiada devido ao risco de chumbo por uma "margem significativa", justificou May na altura.

O debate está previsto estender-se até sexta-feira dia 11, enquanto o "voto significativo" sobre o documento terá lugar na próxima terça-feira, 15 de janeiro.

Para tentar ultrapassar as objeções, sobretudo de deputados do partido Conservador e do Partido Democrata Unionista (DUP) da Irlanda do Norte, May comprometeu-se a obter "garantias legais e políticas" dos líderes europeus.

Em causa está a solução conhecida por 'backstop', criada para evitar o regresso de uma fronteira física entre a Irlanda do Norte e a República da Irlanda caso não exista um acordo sobre as relações futuras no final de 2020.

Eurocéticos receiam que o pais fique indefinidamente numa união aduaneira com a UE e sujeita a regras europeias sem poder sair unilateralmente, enquanto os unionistas contestam a imposição de normas diferentes na região da Irlanda do Norte relativamente ao resto do Reino Unido.

Um eventual chumbo do documento colocaria o país em "território desconhecido", admitiu a primeira-ministra no domingo, numa entrevista à BBC.

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