O International Rescue Committee (Comissão de Salvamento Internacional), que fornece apoio essencial no terreno a refugiados em mais de 40 países e 28 cidades dos Estados Unidos, tem acompanhado ao longo de décadas milhares de crianças que sofrem de stress tóxico, resultado de traumas vários, violência e instabilidade.
O stress tóxico, sublinhe-se, está associado à vivência de uma dificuldade intensa, frequente e prolongada – como é o caso da guerra ou conflitos sociais intensos (guerras civis e consequentes migrações), violência física, verbal e/ou emocional, vício em drogas por parte dos pais ou irmãos, pobreza elevada ou patologias mentais dos pais e que impedem um acompanhamento adequado do filho.
Um dos mecanismos que a organização não-governamental utiliza para reconhecer alguns casos, ou mesmo acompanhá-los, é o desenho. É muito difícil as crianças comunicarem aquilo que sentem e o IRC pede então para desenharem, como forma de se abrirem e processarem o trauma.
Na galeria acima pode ver alguns desses desenhos, feitos por crianças da Serra Leoa e do Uganda no início do ano 2000 e por crianças da Jordânia no ano passado. As ilustrações mostram, de forma clara, como os mais novos olham para a fuga de casa, violência, separação da família ou guerra.
A organização divulga os desenhos como forma de alertar para a urgência em intervir junto destas crianças, vítimas de conflitos sociais, e providenciar ajuda psicológica e apoio social, segundo cita a TIME.
Recorde-se que, conforme já foi antes noticiado, quanto mais intenso é o stress tóxico, maior é o risco de criança apresentar algum tipo de atraso no desenvolvimento físico e cognitivo.
Este tipo de stress pode ainda gerar alguns problemas de saúde, como depressão, obesidade e ainda infeções (o sistema imunitário fica desprotegido à medida que os níveis de cortisol atacam de forma frequente). Casos de stress pós-traumático e psicose podem também ser uma realidade à boleia do stress tóxico.
