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ONU denuncia falta de condições para regresso dos rohingyas a Myanmar

A Agência das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) alertou hoje para a falta das condições necessárias no Myanmar (antiga Birmânia) para a repatriação dos membros da comunidade rohingya refugiados no Bangladesh.

ONU denuncia falta de condições para regresso dos rohingyas a Myanmar
Notícias ao Minuto

13:31 - 12/11/18 por Lusa

Mundo ACNUR

Dacca e Naypyidaw acordaram que a repatriação de 2.251 dos 723.000 refugiados que vivem em acampamentos do Bangladesh vai começar na próxima quinta-feira dia 15, de forma gradual.

As autoridades birmanesas construíram vários centros de acolhimento no Estado de Rakhine (oeste de Myanmar), de onde fugiram os rohingyas em 2017, depois de uma campanha do exército qualificada pela ONU de "limpeza étnica" com indícios de genocídio.

"Mesmo que a ACNUR ache que as condições no Estado de Rakhine não são suficientes para o regresso voluntário, seguro e digno dos refugiados no Bengladesh, comprometemo-nos a apoiar o Governo de Myanmar nos seus esforços em criar estas condições", declarou a ACNUR num comunicado citado pela agência de notícias EFE.

"As autoridades do Myanmar deveriam permitir aos refugiados que façam visitas, sem prejuízo ao seu direito de regressarem numa data mais tardia, se decidirem depois dessas visitas que as condições no Estado de Rakhine não permitem regressar de maneira digna e segura", acrescentou a ACNUR em comunicado.

A líder do governo do Myanmar, Aung San Suu Kyi, que se encontra hoje na cimeira semianual da ASEAN, entre os países do sudeste asiático, não mencionou o caso e não respondeu a nenhuma das perguntas feitas sobre a questão.

Os rohingyas serão recebidos durante dois dias em campos de acolhimento, onde devem receber comida e roupa antes de serem transferidos para 'campos de trânsito', segundo um comunicado do Governo do Myanmar divulgado no passado domingo.

O plano de repatriação tem levantado preocupações entre as organizações não-governamentais (ONG), tendo na sexta-feira 42 desses grupos protestado, argumentando que os rohingya estão "aterrorizados" com a perspetiva de voltar à Birmânia.

AS ONG receiam que os repatriados sejam confinados em campos no estado de Rakhine, no oeste do país, onde mais de 120 mil elementos da minoria estão detidos em condições extremamente precárias.

A relatora especial da ONU sobre a Birmânia, Yanghee Lee, alertou, no início de novembro, que os elementos da minoria ainda estavam expostos a um "alto risco de perseguição".

Os rohingya também exigem que as autoridades birmanesas lhes entreguem prova de cidadania, já que a antiga junta militar os privou dos seus direitos em 1982, tornando-os cidadãos de segunda sem acesso à educação e a outros serviços.

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