O ministro do interior italiano e líder da Liga, partido de extrema-direita, está a ser criticado depois de ter citado uma expressão de Benito Mussolini durante a época do fascismo em Itália.
Numa publicação na rede social Twitter, Matteo Salvini, em resposta a críticas de que este estaria a fomentar o racismo e a xenofobia com a sua retórica anti-imigração, escreveu “tanti nemici, tanto onore”, que significa “muitos inimigos, muita honra”, uma declaração conhecida por ter sido proferida por Mussolini.
A frase teve ainda mais impacto porque no dia em que foi publicada, domingo, 29 de julho, assinalou-se o aniversário do nascimento de Mussolini.
“Mussolini destruiu e humilhou Itália, com um preço dramático pago em sangue. Se esse é o seu objetivo, então os verdadeiros inimigos de Salvini são os italianos”, afirmou Nicola Zingaretii, do Partido Democrático, de centro-esquerda, citado pelo The Telegraph.
Immenso orgoglio e rispetto per il lavoro della nostra @poliziadistato, impegnata nel garantire la sicurezza sulle nostre spiagge e nei nostri mari. Grazie!#spiaggesicure pic.twitter.com/UzJC0WMr68
— Matteo Salvini (@matteosalvinimi) July 29, 2018
Nas últimas semanas, Itália tem assistido a um aumento do número de ataques contra estrangeiros. A oposição responsabiliza a retórica do governo italiano falando numa "espiral racista”. Nesse sentido, o Partido Democrata já pediu a Salvini que compareça no parlamento italiano, mas o líder da Liga rejeita a responsabilidade e atribui a autoria dos ataques a estrangeiros ao “excesso de imigrantes”.
As declarações da Liga contra imigrantes e refugiados têm suscitado enormes críticas junto das organizações de defesa dos direitos humanos e de vários países da União Europeia.
No entanto, Salvini mantém a sua retórica e intransigência relativamente à entrada de migrantes ou refugiados em Itália, e a Liga, que obteve cerca de 17% nas últimas eleições, o que lhe permitiu chegar ao governo em coligação com o Movimento 5 Estrelas, nas sondagens aparece com o dobro das intenções de voto, situando-se, de acordo com sondagens referidas pelo The Telegraph, nos 30%.