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Mais de 154 mil pessoas afetadas por confrontos em região colombiana
Mais de 154 mil pessoas foram afetadas pelos confrontos entre grupos armados que disputam o controlo de uma região da Colômbia na fronteira com a Venezuela, alertou na sexta-feira a Organização das Nações Unidas (ONU).
© Reuters
Mundo Disputa
Os combates, que opõem os rebeldes do Exército de Libertação Nacional (ELN) ao gangue Los Pelusos, saída da guerrilha dissolvida do Exército Popular de Libertação (EPL), ocorreram entre 14 de março e 30 de abril, referiu em comunicado o gabinete das Nações Unidas para a Coordenação dos Assuntos Humanitários da ONU (OCHA na sigla inglesa).
Em 11 municípios da região de Catatumbo, uma zona de selva, durante 16 dias, desde 14 de março, Los Pelusos impuseram uma greve armada que paralisou todas as atividades, enquanto enfrenta o ELN.
Os combates desalojaram mais de 8.820 pessoas e provocaram restrições à mobilidade e ao acesso a direitos fundamentais, a bens básicos e assistência, informou o OCHA.
Este gabinete adiantou que cerca de 4.000 indígenas da etnia Bari estão ameaçados de isolamento "pela persistência dos confrontos" e a "presença de minas antipessoal, de munições que não explodiram e de explosivos artesanais" próximos das reservas onde vivem.
Esta entidade das Nações Unidas advertiu ainda que desde a última quarta-feira mais de 12 mil crianças e adolescentes estão impedidos de aceder à educação porque as escolas estão ocupadas por deslocados.
Segundo as autoridades, o ELN, reconhecido como a última guerrilha ativa na Colômbia, e Los Pelusos disputam o controlo do financiamento ilegal do tráfico de droga.
Catatumbo é a segunda maior área do país com plantações ilegais de coca, matéria-prima da cocaína, de que a Colômbia é o primeiro produtor mundial.
Na sequência da greve armada, 2.000 polícias e militares foram enviados para esta região para reforçar os 6.000 efetivos já presentes.
A Colômbia tem sido dilacerada por conflitos que duram há mais de meio século, envolvendo guerrilhas, forças paramilitares e forças armadas, que fizeram pelo menos oito milhões de vítimas, entre mortos, desaparecidos e deslocados.
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