Pela primeira vez, um grupo de investigadores do California Institute of Technology, nos Estados Unidos, conseguiu que um homem paralisado reavesse a capacidade de sensação, através de elétrodos implantados no cérebro.
A pesquisa está ainda numa fase inicial, mas o coordenador do projeto, o autor e professor Richard Andersen, afirma que poderá no futuro permitir que os indivíduos com membros prostáticos sejam capazes de experienciar sensações, e sobretudo que voltem a sentir nesses membros artificiais do mesmo modo como noutras partes do corpo.
“Queremos que estes implantes façam a diferença não só visual e esteticamente, mas também ao nível do toque”, diz Andersen.
A equipa de cientistas norte-americanos testou o novo método de tratamento num homem de 32 anos, que ficou paralisado dos ombros para baixo após uma lesão na coluna. Foram-lhe implantados cirurgicamente 96 pequenos elétrodos na parte do cérebro que controla as sensações corporais.
Os investigadores testaram a eficácia dos elétrodos enviando correntes elétricas por cada um deles, a várias amplitudes. Quando o fizeram, o paciente estava sentado numa cadeira de rodas, voltada para um ecrã de televisão. Após o envio de cada elétrodo, um circulo roxo apareceu no ecrã, confirmando que esse elétrodo estava de facto ativo. O círculo foi procedido por um alarme sonoro, momento no qual o homem foi instruído para descrever o que estava a sentir ou se realmente estava a sentir algo de todo.
Numa segunda fase os cientistas isolaram os cinco elétrodos mais promissores – aqueles que tinham atingido resultados constantes e positivos durante um período de cinco semanas – e repetiram o procedimento.
Durante o decurso da experiência, o homem declarou ter experienciado vários tipos de sensações, algumas relacionadas com a movimentação do corpo no espaço e outras relacionadas com sensações na pele. Incluindo arrepios e beliscões, ou movimentos para a frente e para trás – uma série de resultados que segundo Andersen foram alcançados pela primeira vez.
“É absolutamente fantástico que um paciente consiga sentir novamente. Esperamos assim que as próteses possam tornar-se verdadeiramente parte do corpo destas pessoas, e que consigam assim ter uma melhor qualidade de vida”, comentou o investigador.