A comunidade científica têm finalmente provas conclusivas que revelam que os seres humanos evoluíram ao longo dos milénios com uma predisposição natural e inerente para temerem aranhas e cobras.
O novo estudo realizado por investigadores austríacos, alemães e suecos, apurou que até bebés de seis meses temem esses seres, apesar de não terem qualquer consciência do perigo que representam para a sua integridade física.
Os cientistas observaram 48 bebés de Uppsala, na Suécia, aos quais foram apresentados fotografias de aranhas e de flores, ou de cobras e peixes. Os índices de stress das crianças foram medidos através de um aparelho de monitorização das pupilas, capaz de medir a sua dilatação. Os investigadores concluíram que as pupilas dilatavam ligeiramente quando visualizavam flores ou peixes, e que dilatavam dramaticamente perante imagens de aranhas e de cobras.
Mas afinal porque é que os bebés se sentem tão incomodados com estes seres? A resposta reside muito provavelmente na história da evolução humana, refere a professora e neurocientista da Universidade de Viena, Stefanie Hoehl. A investigadora explica que os nossos antepassados terão evoluído durante milhões de anos lado a lado com esses animais, tempo suficiente para que o cérebro tenha adquirido uma resposta pré programada de perigo na sua presença.
“Assumimos que a razão para se dar esta reação visceral logo aos seis meses de idade se deva à coexistência entre o homem e estes animais potencialmente perigosos, durante mais de 40 mil milhões de anos”, explica Hoehl.
Surpreendentemente, outros estudos não detetaram a mesma resposta de medo relativamente a outros animais também considerados perigosos, tais como rinocerontes ou ursos. A investigadora acredita que tal acontece porque o homem e esses animais não partilham o mesmo ambiente assim há tanto tempo. Hoehl refere que 40 mil milhões de anos precede a existência da maioria dos animais perigosos dos tempos modernos.
Estima-se que entre 1 a 5% da população mundial tenha fobia de aranhas e de cobras, enquanto que um terço reporta sentir “medo e um forte desagrado”. Afinal não está a ser um ‘bebé’ quando vê uma aranha e salta de imediato para cima do sofá – já sabe é a evolução, diz a ciência!