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Bexiga hiperativa. A importância de não desvalorizar e de saber tratar

"Os doentes com bexiga hiperativa, ao sentir necessidade de evitar locais ou situações nas quais o acesso à casa-de-banho seja difícil, podem ver as suas atividades quotidianas e relações sociais significativamente limitadas, contribuindo para quadros de ansiedade e depressão", alerta Ricardo Pereira e Silva, urologista no Hospital de Santa Maria, em Lisboa.

Bexiga hiperativa. A importância de não desvalorizar e de saber tratar
Notícias ao Minuto

08:00 - 10/12/17 por Daniela Costa Teixeira

Lifestyle Carreira

Bexiga hiperativa. O nome não deixa muitas dúvidas, trata-se de "uma síndrome cujo sintoma principal é a urgência urinária, ou seja, a ocorrência de episódios de vontade súbita e inadiável de urinar".

A explicação é-nos dada pelo urologista Ricardo Pereira e Silva que, num artigo de opinião enviado ao Lifestyle ao Minuto, destaca que "o doente pode não ter tempo de chegar à casa-de-banho e ocorrer perda involuntária de urina, ou seja, incontinência urinária". Mas esta não é a única consequência da doença.

De acordo com o especialista do Hospital de Santa Maria, em Lisboa, "os doentes com bexiga hiperativa têm também aumento da frequência urinária (ou seja, vão demasiadas vezes a casa-de-banho durante o dia) e podem necessitar de acordar durante a noite para urinar. Este último sintoma é designado 'noctúria' e nunca é normal, atendendo a que o funcionamento adequado do aparelho urinário deveria assegurar a não interrupção do sono para urinar".

É frequente os doentes terem vergonha de recorrer ao urologista 

Do diagnóstico ao impacto

Apesar de se tratar de uma patologia com sintomas mais ou menos evidentes, "acredita-se que a maioria dos casos de bexiga hiperativa não são tratados, atendendo a que não chegam sequer a ser diagnosticados", diz o médico. Mas à falta de diagnóstico pode, ainda, aliar-se a vergonha: "É frequente os doentes terem vergonha de recorrer ao urologista para abordar este tipo de sintomatologia e continuarem a tentar desvalorizar o problema ou a insistir em estratégias desadequadas para minimizar o impacto dos sintomas", estratégias essas que podem mesmo colocar em risco a saúde da pessoa, uma vez que, entre muitas, inclui-se a restrição exagerada de líquidos, pura e simplesmente para evitar a vontade de urinar.

"A bexiga hiperativa, dependendo da sua gravidade e do contexto sócio-profissional do doente, pode ter um impacto muito significativo em diferentes esferas da vida quotidiana", diz, frisando ainda que "do ponto de vista laboral, a necessidade de urinar com demasiada frequência e com pouco tempo para chegar à casa-de-banho, pode ser incompatível com a respetiva atividade profissional – por exemplo, pode levar o doente a ter que interromper reuniões importantes de forma súbita ou a ausentar-se momentaneamente do seu posto de trabalho".

Além de ter também um impacto negativo na qualidade do sono, esta síndrome causa uma "sensação de desconforto a nível pélvico", algo que "contribui para a ocorrência de disfunção sexual feminina, com diminuição da sensação de bem-estar e da satisfação em diversos domínios da esfera íntima da mulher".

Notícias ao MinutoDr. Ricardo Pereira e Silva© DRExistem ainda plataformas online com conteúdos educativos e informativos para a população em geral sobre a bexiga hiperativa

Aceitar e tratar

"Reconhecer o problema e procurar ajuda médica são os passos fundamentais para aceder a um tratamento que permita recuperar a qualidade de vida, através do controlo dos sintomas", alerta o urologista, que não deixa mostrar o quão "importante" é "não desvalorizar a situação"

"Procurar ajuda médica e saber que existem tratamentos eficazes para oferecer alívio dos sintomas e melhorar a qualidade de vida dos doentes com bexiga hiperativa", afirma.

Para Ricardo Pereira e Silva, o estilo de vida tem um impacto determinante na doença, sendo que algumas mudanças "podem e devem instituídas concomitantemente à terapêutica medicamentosa para a bexiga hiperativa – estas incluem, entre outras, a ingestão de líquidos em quantidade adequada e o treino vesical". Além disso, "é essencial que o doente esteja informado acerca das mesmas, atendendo a que permitem otimizar os resultados do tratamento médico".

Quando o tratamento não se mostra logo eficaz, o paciente pode sempre recorrer a terapias como "a injeção de toxina botulínica na bexiga ou neuromodulação de raízes sagradas que podem permitir um adequado controlo dos sintomas".

"Existem ainda plataformas online com conteúdos educativos e informativos para a população em geral sobre a bexiga hiperativa, que embora não substituíam de todo a ida ao médico, podem ser relevantes para aumentar o conhecimento da população e em especial dos doentes sobre a patologia"

Aqui, conclui, incluem-se a campanha 'Na Bexiga Mando Eu', "onde os doentes poderão preencher um questionário de auto-avaliação e onde encontram informação útil para a gestão no dia a dia da doença" e ainda o blogue 'Comece Hoje', "onde são partilhados conselhos úteis à adoção de um estilo de vida mais saudável, com potencial melhoria da sintomatologia daí decorrente".

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