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Conselhos para um Natal mais sustentável e sem pegada ecológica

Um Natal sustentável significa um Natal sem desperdício, um Natal que preserva a saúde do ambiente e que apela à consciência de cada pessoa. Pronto para ter um Natal mais amigo do Planeta?

Conselhos para um Natal mais sustentável e sem pegada ecológica
Notícias ao Minuto

08:00 - 04/12/17 por Daniela Costa Teixeira

Lifestyle Festividades

Já pensou na quantidade de papel que é usada todos os anos para embrulhar os presentes de Natal? E a quantidade de sacos de papel que muitas vezes guardam um presente já previamente embrulhado também em papel? E as caixas que servem apenas para tornar um presente já embrulhado ainda maior? Pois bem, na verdade, não dá para imaginar.

Todos os anos, as ruas um pouco por todo o mundo ficam com os contentores do lixo repletos de papel, caixas, embalagens e plásticos, materiais que nem sempre são devidamente separados para a reciclagem e que, por isso, acabam por ter um final mais trágico (para o Planeta) do que o suposto.

Mas não só no excesso e desperdício de papel que as atenções devem estar concentradas, é também na escolha e compra de presentes e na confeção de comida... no dia a dia ao longo de todo o ano.

A sustentabilidade do planeta - e dos nossos atos - deve ser uma preocupação diária e aplicada nos mais variados momentos da rotina, incluindo as viagens que se fazem entre a casa e o trabalho (trocando o carro pelos transportes públicos ou pela bicicleta sempre que possível), as marmitas (que devem privilegiar os alimentos que sobraram da refeição anterior) e até mesmo a roupa que se veste todos os dias (e que deve escapar ao máximo ao fast-shopping, conceito de produção em massa que tem um impacto tremendo na saúde do ambiente). Mas é nas épocas de maior excesso que os alarmes devem se fazer ouvir.

É verdade que o Natal é um momento de festa e até mesmo de alguns exageros, mas é preciso começar a ter peso e medida, especialmente numa altura como esta, em que o Planeta Terra vive já acima da sua capacidade.

"É por isso fundamental fazer as escolhas certas privilegiando o comércio de proximidade, consumo moderado e redução de resíduos. Assim, e através de pequenos gestos no dia a dia, poderemos reduzir os impactes que as nossas escolhas terão no ambiente e assim diminuir a nossa pegada ecológica alerta a Quercus num documento enviado ao Lifestyle ao Minuto.

E as escolhas certas podem começar já hoje, afina, o tempo das cartas já lá vai, por isso, "evite o papel, envie postais de natal via internet, SMS ou telefone aos seus amigos e familiares. Caso opte pela compra de postais escolha papel reciclado ou adquira junto de associações de solidariedade social", aconselha a Associação Nacional de Conservação da Natureza.

Conselhos para um Natal mais sustentável e sem pegada ecológica

- Árvore e decorações

Natal que é Natal pede uma árvore, mas não é por se optar por uma árvore artificial que isso faz dela descartável, pelo contário. "Use a árvore do ano anterior, alugue uma ou compre uma árvore autóctone e proveniente de um viveiro legal em vaso. Esta última opção permite que, após uma ou mais utilizações, a árvore possa ser plantada no solo", começa por aconselhar a Quercus.

Uma outra opção dada pelo organismo "passa por usar como árvore de Natal os ramos provenientes de podas e cortes feitos na floresta de forma responsável, na medida em que estes não implicam o corte ou o abate de árvores, podendo estes resíduos ser compostados após o Natal".

No que diz respeito à decoração, aproveitar tudo o que foi comprado ano anterior é sempre uma opção valida, assim como apostar "em materiais resistentes, de forma a que se possam reutilizar no futuro". Mas se faz parte do leque de pessoas que gosta de variar de ano para ano, isso não implica que tenha de deitar fora o que já comprou: "Uma outra sugestão, passa pela troca de enfeites entre familiares ou amigos, assim estará a renovar a decoração sem gastos adicionais", sugere a Quercus.

Ainda no que diz respeito à decoração, "apesar de já ser maioritariamente de tecnologia LED", a "iluminação natalícia deve ser utilizada de forma racional, desligando-se durante a noite ou quando não está ninguém em casa".

- À mesa

Do queijo ao pão-de-ló, passando pelo bolo-rei, pelas rabanadas e pelas azevias, não esquecendo a aletria e as filhoses... são muitos os doces que enchem uma mesa, por vezes, até mais do que o necessário. Em Portugal, as mesas de Natal são fartas em comida, mas é preciso começar a travar o desperdício, até porque, sejamos honestos, não se faz 'roupa velha' com tudo. E, de acordo com a Câmara Municipal de Oeiras, esta é a época ideal para se começar a fazê-lo.

Diz a autarquia que se consegue travar o desperdício "elaborando uma lista de compras do que é mesmo necessário e evitando o consumo de produtos demasiado embalados".

"Confecione a maior parte dos pratos e sobremesas, privilegiando produtos locais/regionais/nacionais, adquiridos no comércio local (reduzindo a pegada de carbono associada ao transporte), se possível, de origem biológica e/ou provenientes de redes de comércio justo", lê-se no site da autarquia.

Segundo a Quercus, sustentabilidade também se aplica à mesa e com "opções vegetarianas no menu", que não só ficam mais em conta, como também oferecem mais variedade. Mas "se não quiser fugir à tradição escolha bacalhau de média ou grande dimensão".

A compra dos vegetais, dos frutos secos, das frutas cristalizadas e dos grãos a granel é uma alternativa às grandes superfícies comerciais, às embalagens desnecessárias e às quantidades acima do que é realmente necessário. Aqui, pode encontrar as várias lojas a granel que existem em Portugal e, no ato da compra, bata fazer-se acompanhar por frascos ou sacos de pano/reutilizáveis.

Na mesa em si, sugere a Quercus, o melhor é optar por "atoalhados de tecido", que são laváveis e não descartáveis. Os guardanapos de tecido podem ser substituídos pelos de tecido.

Aqui pode encontrar os conselhos da Associação Portuguesa de Nutrição para uma alimentação mais sustentável (e amiga da boa saúde) 

- Presentes

De há umas décadas para cá, é quase impossível não associar o Natal ao consumismo. Mesmo depois de uma crise económica em que muitas famílias foram obrigadas a apertar o cinto, a compra de presentes é uma realidade já cimentada na nossa cultura e este ano os portugueses parecem não estar com meias medidas na hora de abrir os cordões à bolsa. Mas sabia que um simples presente de Natal pode ter um tremendo impacto na saúde do ambiente?

Além do impacto que têm as rumarias de carros aos centros comerciais, a compra quase desenfreada de presentes resulta num uso desmedido de papel, sacos e caixas, que dificilmente são novamente aproveitados ou até mesmo reciclados.

Para a Quercus, uma das melhores formas de ter mais controlo na compra de presentes de Natal é com a elaboração de uma lista prévia, pois "ao fazê-lo não irá comprar em excesso". 

Opte por produtos nacionais, de origem local e produção biológica. Se não sabe o que oferecer, uma opção poderá ser a oferta de uma inscrição como sócio de associações cívicas (como por exemplo Associações de defesa do Ambiente) ou de um donativo a uma determinada causa ou projeto (apadrinhando um animal selvagem, por exemplo)", sugere. E não faltam mercados e feiras locais dedicadas à quadra natalícia e que oferecem um sem fim de presentes originais, únicos e até mesmo mais em conta do que aqueles que são comprados em grandes superfícies. Comprar em segunda mão também é viável, desde, claro, que o produto esteja em condições.

Este ano, também a Câmara Municipal de Oeiras lançou o desafio a todos para que seja um Natal mais sustentável. E, claro, a compra dos presentes é um dos aspetos onde mais dicas podem ser aplicadas. De acordo com a autarquia, deve-se dar preferência a "produtos úteis, duráveis, educativos e inócuos em termos de substâncias perigosas", mas tão ou mais importante do que isso é "resistir à publicidade enganosa" e optar por "produtos de origem nacional e nos alimentares, de produção biológica".

No que diz respeito aos produtos de perfumaria, cosmética ou higiene pessoal, "escolha marcas com produtos naturais, biológicos e que não fazem testes em animais; em equipamentos elétricos e eletrónicos informe-se das marcas mais seguras e ambientalmente mais sustentáveis".

Por fim, mas não menos importante, diz o município na sua página online, "faça sempre a separação seletiva e guarde para o ano seguinte tudo o que seja possível reaproveitar, nomeadamente sacos e papel de embrulho".

Sustentável... mas criativo

Fugir ao conforto do mundo moderno nem sempre é fácil, ou melhor, nem sempre é conveniente, mas é possível aliar a criatividade à sustentabilidade. E tudo começa com a árvore de Natal... que pode não ser um árvore.

As 'árvores' de Natal criadas com objetos, feitas à base de livros ou aplicadas na parede sã também opções válidas e que prometem dar um espírito ainda mais original à quadra festiva. E o Pinterest ou até mesmo o Instagram podem ser as melhores fontes de inspiração.

Já no que toca aos presentes, optar por linhas de roupa que sejam sustentáveis e ecológicas (como a H&M e a Zara já têm, por exemplo) é uma opção com menos peso no ambiente, mas pouco ou nada original, por isso, opte por comprar presentes em artesãos e pequenos comércios locais, onde a singularidade reina.

Fazer os próprios presentes em casa - e com comida, como lhe contámos aqui - é também uma alternativa e que pode servir de 'desculpa' para incluir os mais novos no processo criativo.

Oferecer livros ou ebooks sobre a sustentabilidade e com truques práticos para um estilo de vida mais amigo do ambiente é uma outra boa aposta para este Natal.

Se ficou com curiosidade sobre o tema, leia a nossa entrevista a Bea Johnson, que decidiu mudar por completo a sua forma de estar e é agora um dos nomes mais conhecidos na luta pela sustentabilidade. Aqui, pode encontrar nove dicas para ter um estilo de vida mais benéfico para a Terra.

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