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Amigo e inimigo do Alzheimer. Ciência estuda o papel do sangue dos outros

Passados dois anos de um primeiro estudo sobre o tema, uma nova investigação vem revelar que a doença pode ser transmissível através de transfusões de sangue... mas o sangue dos outros pode ser também a salvação. Conheça o efeito do sangue dos outros na doença de Alzheimer.

Amigo e inimigo do Alzheimer. Ciência estuda o papel do sangue dos outros
Notícias ao Minuto

08:30 - 06/11/17 por Daniela Costa Teixeira

Lifestyle Carreira

Um estudo da Universidade da Colúmbia Britânica, no Canadá, publicado esta semana na revista científica Molecular Psychiatry, vem reforçar a ideia que o Alzheimer pode, na verdade, ser transmissível através de transfusões, como pode facilmente acontecer em cirurgias, por exemplo.

Passados dois anos desde o primeiro estudo sobre o assunto, realizado pela Universidade College de Londres, os investigadores do Canadá voltam a colocar o dedo na ferida e alertar para o facto de uma proteína produzida pelo organismo ser capaz de ultrapassar a barreira protetora do cérebro, conseguindo, assim, desencadear o aparecimento da doença. E o risco de tal acontecer por transfusão de sangue mostrou-se bastante real após terem sido realizados testes em ratos de laboratório.

Para o estudo, revelado pela própria universidade na sua página online, os cientistas usaram dois tipos de ratos de laboratório, uns sem a doença de Alzheimer e outros com este mal mental. A transfusão foi realizada do animal com Alzheimer para o que não tinha a doença e, passado um ano, foi possível perceber que o rato saudável 'contraiu' Alzheimer, apresentando uma degeneração das células neurais, inflamação e ainda pequenas hemorragias.

Mas o sangue pode ser a salvação

Enquanto os investigadores da Universidade da Colúmbia Britânica mostravam como a transfusão de sangue pode ser perigosa para o aparecimento de Alzheimer, uma startup ligada à Universidade de Stanford levou em frente uma experiência ousada e inovadora em que modelos de animais com Alzheimer eram tratados com o sangue jovem. Sim, ao mesmo tempo que a ciência estuda o risco de transfusão, estuda também o lado positivo do sangue dos outros.

Os primeiros dados do estudo já tinham sido apresentados no início do ano, mas, no passado dia 19, a revista Nature dá a conhecer os mais recentes resultados obtidos pela empresa Alkahest, responsável pelos testes. Dizem os novos dados que a experiência feita em modelos de animais pode, na verdade, ser eficaz em humanos, conseguindo-se melhorar a capacidade dos pacientes e, que sabe, travar o aparecimento e desenvolvimento de Alzheimer, conta a revista Science no seu site.

E para prová-lo, os cientistas recorreram a um grupo de pacientes com Alzheimer moderado e sangue de jovens com idades compreendidas entre os 18 e os 30 anos. Os pacientes ora recebiam a transfusão de sangue, ora era administrada uma solução salina sem qualquer impacto na doença.

Segundo a Science, os nove pacientes receberam quatro transfusões semanais de soro fisiológico (placebo) ou plasma de doadores do sexo masculino. Passadas seis semanas de pausa desde o início da experiência, os pacientes que tinham recebido placebo iam passar a receber sangue e vice-versa, sendo os restantes nove pacientes com Alzheimer receberam apenas o sangue jovem e não foram alvo de nenhum teste de controlo com placebo.

Embora não tenha sido possível notar um melhor desempenho nos testes cognitivos que tiveram de realizar, os pacientes que receberam o sangue jovem apresentaram melhor pontuação nas atividades diárias, algo que não se notou quando fizeram parte do grupo de controlo.

Embora os resultados se mostrem animadores, mais estudos serão necessários para compreender o real benefício e os reais riscos da transfusão de sangue.

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