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Pele, o nosso escudo protetor que (também) precisa de proteção

É o espelho mais fiel da nossa saúde, veste-nos diariamente e nem mesmo por ser o maior órgão do corpo humano lhe prestamos a devida atenção. A nossa pele precisa de proteção e a dermatologista italiana Pucci Romano conta-nos tudo o que devemos fazer (e saber).

Pele, o nosso escudo protetor que (também) precisa de proteção
Notícias ao Minuto

07:44 - 29/07/17 por Daniela Costa Teixeira

Lifestyle Pucci Romano

Três camadas, uma espessura que varia entre os 0,5 e os quatro milímetros, um peso total que pode chegar aos cinco quilos, três milhões de células por centímetro quadrado e cerca de 80% do pó que se encontra em casa.

Falamos da pele, "o superficial e aveludado manto de células que mantém unido o nosso corpo e o protege de agentes externos", o maior órgão do corpo humano que se assume como "uma armadura, um mediador de calor, um acesso para a dor e para o prazer".

A caracterização é dada pela dermatologista italiana Pucci Romano, autora do recém-editado em Portugal 'À Flor da Pele' (Pergaminho), uma espécie de bíblica dermatológica onde a especialista revela tudo o que precisamos de saber sobre o órgão que nos veste, que nos dá confiança e que nos apresenta outros por funcionar como o espelho mais fiel da nossa saúde e dos nossos hábitos diários. Mas não só: o livro fala ainda de tudo o que podemos ou não podemos aplicar na pele e como o conhecimento é a chave do sucesso.

Em entrevista ao Lifestyle ao Minuto, a dermatologista começa por salientar a importância de cada pessoa "conhecer a própria pele e saber quais os mecanismos e reações ocorrem nela e através dela", pois só assim é possível "respeitá-la e tratá-la da melhor forma". A ida a um médico especialista, "pelo menos uma vez por ano", não só é uma forma mais eficaz e certeira de cuidar eficazmente da pele que nos veste, como está "dentro dos caminhos de prevenção e proteção do órgão".

"O dermatologista pode dizer que tipo de pele temos realmente, qual a estratégia a traçar para cuidá-la da melhor forma, pode dizer qual o fototipo que se tem (a capacidade genética que cada um de nós tem para expor-se ao sol com maior ou menor dano). Não é preciso ter uma doença de pele para se visitar um dermatologista: a pele deve ser mantida saudável", diz-nos por e-mail.

Ter a pele em ordem, saudável, bela é também um sinal de saúde geral e uma forma de nos sentirmos mais felizes e seguros de nós

'Salvar a própria pele'. Do ditado à realidade

Apesar de nos acompanhar durante toda a vida e de se adaptar ao avançar da idade, regenerando-se a nível celular a cada quatro/cinco semanas, nem sempre damos a devida atenção à pele, acabando por esperar pela velhice - leia-se, pelas primeiras rugas - para olhar para ela com olhos de ver. Contudo, a saúde da pele - e de todo o corpo - constrói-se todos os dias.

"Uma alimentação correta faz bem a todo o organismo e, obviamente, a pele também beneficia com isso", explica a especialista, salientando que "os excessos alimentares, o sobrepeso e as doenças metabólicas deixam marcas tanto nos órgãos internos como na pele". Mas se aquilo que comemos tem um impacto direto na pele - podendo, claro, o efeito dos alimentos variar de pessoa para pessoa e estar à mercê de possíveis agentes alergénicos -, a cosmética também tanto pode ser uma aliada como uma verdadeira inimiga.

Quando questionámos Pucci Romano sobre o papel dos cosméticos para a saúde da pele, a especialista italiana explica-nos que, tal como a alimentação, tudo depende do equilíbrio, afinal, já diz o ditado que 'é no meio que está a virtude'. Deste modo, Pucci defende que "o papel dos cosméticos, entendido como uma rotina diária (limpeza, hidratação, nutrição, etc.), é muito importante", mas tal papel apenas é positivo quando se "faz uma 'manutenção' adequada e se mantém a pele saudável", ou seja, quando se escolhem os cosméticos mais indicados para o tipo de pele e para as necessidades que esta tem.

"O desejo de atrasar a passagem do tempo, o marketing, mas também uma grande pesquisa cosmética, traduzem-se num aproveitamento, mas se a composição estiver correta e se são adequados para o tipo de pele, pode realmente ajudar a manter a pele em ordem", frisa.

A compatibilidade... com a nossa pele e a 'pele' do planeta

Uns dizem ser naturais, outros dizem não conter parabenos. Uns rotulam-se como orgânicos, outros garantem ser detentores de um elixir vitamínico. Vai na volta e o rótulo de um cosmético é um emaranho de nomes e códigos quase nunca decifráveis. É este o ponto fraco da indústria? Talvez.

Ao Lifestyle ao Minuto, a dermatologista afirma que "compreender a composição de um cosmético é uma meta importante a alcançar e requer a participação de todos os que trabalham com a pele (químicos, cosmetologistas, dermatologistas, farmacêuticos), mas também do consumidor, que tem o dever de se informar o mais possível".

Do lado de quem faz os cremes que todos os dias aplicamos no corpo, a informação vai sendo cada vez mais clara e Pucci garante-nos: "hoje, sabemos que muitas substâncias não são boas para a pele, de facto". E é através dessa exclusão do que faz mal que nasce na indústria da dermocosmética um dos conceitos que mais promete zelar pela saúde do órgão e da saúde em geral: a dermocompatibilidade.

Na prática, trata-se "da compatibilidade de um cosmético com o ecossistema cutâneo, indispensável para assegurar o bem-estar" da pele, como se lê no livro. Mas a este conceito de compatibilidade dermatológica junta-se um outro bem atual e que vai traçando o futuro da dermocosmética em todo o mundo: a ecologia. O conceito de ecocompatibilidade inclui os produtos ecológicos que também são 'bons' para a pele, ou que lhe fazem muito bem".

Diz a italiana que um cosmético ecodermocompatível não é apenas um cosmético ecológico, é igualmente hipoalergénico e dermatologicamente testado, sendo que os ingredientes têm origem na produção biológica. Mas se pensa que o fator ecológico anda sempre de mão dada com o fator natural, engana-se. Pucci Romano destaca que "a natureza nem sempre é amiga" e basta pensar no "petróleo, amianto ou terramoto, que são fenómenos 'naturais', mas não são bons para nós".

"O conceito de natureza é uma maneira de se referir principalmente a um estilo de vida que inclui o respeito pela natureza. Um cosmético compatível, melhor ainda ecodermocompatível, nem sempre é necessariamente 'natural'. Pode também ser o resultado de uma síntese química, desde que seja uma química 'amiga' (química verde)", até porque, frisa no seu livro, "um cosmético 100% natural não existe. O termo natural indica tudo e nada".

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