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'Azar' pode mesmo ser o responsável por grande parte dos cancros

Estudo publicado esta quinta-feira na revista Nature vem apontar o dedo aos erros que ocorrem nas mutações genéticas. A ideia do azar ganha cada vez mais força na hora de encontrar um responsável pelo cancro.

'Azar' pode mesmo ser o responsável por grande parte dos cancros
Notícias ao Minuto

11:13 - 24/03/17 por Daniela Costa Teixeira

Lifestyle Estudo

A primeira suspeita surgiu há dois anos, quando um estudo da Universidade Johns Hopkings conseguiu provar que a má sorte é mais determinante no aparecimento de cancro do que a própria genética e a escolha de estilo de vida.

À data, conclui-se que a forma como os tecidos se regeneram é determinante para uma pessoa ser mais ou menos propensa a desenvolver a doença. A ideia ficou em stand-by desde então, até que foi publicado ontem um novo estudo no mesmo sentido e com conclusões ainda mais concretas. 

Conta a revista Nature que uma nova investigação desta universidade norte-americana vem reforçar a ideia apresentada em 2015, provando que o azar é mesmo um fator de peso no cancro.

Desta vez, os investigadores conseguiram provar que dois terços das mutações que dão origem ao cancro são causadas por erros que acontecem quando as células copiam o ADN. Na prática, o cálculo matemático que esteve na base deste estudo indica que os erros aleatórios no ADN representam um risco maior do que outros fatores, como o estilo de vida, por exemplo. Além disso, o peso da má sorte é também maior do que o pensado.

Bert Vogelstein, um dos mentores do estudo, defende que esta nova descoberta pode dar azo a novas investigações na “guerra do cancro”, como cita a Nature. “Se muitos dos inimigos – neste caso, dois terços – estão dentro das nossas fronteiras, isso significa que precisamos de uma estratégia completamente diferente”, diz o autor à revista, que publicou o estudo esta quinta-feira.

Embora os resultados destas duas investigações sejam claros e concretos, os autores alertam para a necessidade de não se desvalorizar outros possíveis causadores do cancro, como o estilo de vida – que é ainda responsável por dois cada três cancros.

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